Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | São Paulo: desempenho de Nunes preocupa campanha

Debate reuniu quatro dos candidatos à prefeitura paulistana | Foto: Reprodução/Youtube

A má performance de Ricardo Nunes (MDB) no debate promovido ontem pela Folha de S.Paulo e UOL preocupou aliados do prefeito paulistano, candidato à reeleição.

Principal alvo dos outros três candidatos presentes, Nunes não conseguiu administrar seu tempo — cada um tinha direito a 20 minutos ao longo do debate — e ficou sem poder falar na parte final do confronto.

O prefeito demonstrou também não ter uma resposta preparada para uma pergunta óbvia, sobre o boletim de ocorrência sobre violência doméstica registrado, em 2011, por sua mulher.

Pablo Marçal (PRTB) repetiu por dez vezes uma pergunta sobre o fato. Anunciou que voltará ao tema na quinta, no debate da TV Globo.

 

Carona

Guilherme Boulos (Psol) pegou carona no questionamento feito por Marçal e também tocou no tema do BO. Em outros debates, ele havia feito referências ao assunto com o objetivo de tentar desestabilizar Nunes, que não esconde o desconforto com o tema.

Ataque

Há uma grande preocupação nas campanhas de Nunes e de Boulos sobre o que Marçal fará em redes sociais a partir de quinta, quando acaba o horário de propaganda eleitoral no rádio na TV. Especialista em redes sociais, ele já avisou que partirá para o ataque em seu campo.

Incisiva, Tabata também vira alvo de adversários

Deputada foi criticada por Nunes e Boulos | Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O debate marcou o fim de uma espécie de trégua em relação a Tabata Amaral (PSB) — de olho em seu apoio num segundo turno, Boulos e Nunes evitavam criticá-la. Mas ambos reagiram a acusações feitas por ela.

O prefeito questionou sua ausência em votações importantes, como na do projeto que aumenta penas para roubos e furtos.

Boulos criticou a socialista pelas críticas a mudanças de posição por parte dele. Ela também ressaltou que o psolista foi contra o arcabouço fiscal, o que indicaria irresponsabilidade em relação ao orçamento. Boulos então ressaltou que ambos deveriam ter o bolsonarismo como inimigo comum.

Perigo, perigo

A diminuição, detectada pela pesquisa Quaest, de seis pontos da diferença entre Eduardo Paes (PSD) e Alexandre Ramagem (PL) já era esperada pela campanha do prefeito carioca. O fato, porém, serviu para acender o sinal amarelo na última semana de campanha.

Voto útil

Apoiado pelo PT, Paes quer agora conseguir os votos da esquerda que garante os 6% de intenções de voto no deputado Tarcísio Motta (Psol). O argumento é simples: a necessidade de impedir que o candidato bolsonarista chegue ao segundo turno.

Efeito Bolsonaro

Manifestações de apoio da família Bolsonaro a Ramagem ficaram mais frequentes nos últimos dias. O crescimento do deputado do PL entre os eleitores evangélicos é outro motivo de preocupação. O dilema de Paes é conseguir votos do Psol de maneira não agressiva.

Lucro

O PT avalia que vai ganhar a disputa pela prefeitura de Teresina (PI) e comemora a recuperação de candidatos do partido em Fortaleza (CE) e Natal (RN). Depois do fiasco de 2020, quando não conquistou o comando de nenhuma capital, qualquer vitória será lucro.