Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Malafaia já havia criticado Bolsonaro em particular

O ex-presidente é amigo do pastor | Foto: Isac Nóbrega/PR

Um político do PL ouvido pela coluna afirma que o pastor Silas Malafaia já havia feito a Jair Bolsonaro as críticas que tornou públicas ontem, em entrevista à Folha de S.Paulo.

Como o ex-presidente não tomou qualquer atitude, Malafaia foi pro ataque e disse que o aliado foi covarde e omisso ao não se envolver de maneira efetiva nas eleições de São Paulo e Curitiba (PR).

"Só ele (Malafaia) tem tamanho e envergadura para falar o que Bolsonaro não gosta de ouvir", comenta. Segundo o político, o pastor decidiu até mesmo quando faria suas declarações: "Não fez isso no ímpeto, foi planejado", revela.

Para o parlamentar, a fala do pastor, apesar de muito dura, não representou um rompimento por ter sido focada.

 

Fraquejada

Para um outro político do PL, a fala de Malafaia reforça a certeza de que o partido saiu fortalecido da eleição — mas Bolsonaro ficou mais fraco. Apesar do corpo mole, o ex-presidente indicou os candidatos a vice — ambos do PL — de candidatos aliados em São Paulo e Curitiba.

Reação

A reação do ex-presidente de minimizar as críticas também vou avaliada como sinal de fraqueza. Em entrevistas, ontem, o ex-presidente chegou a dizer que ama Malafaia. Em redes sociais, o senador Flávio e o verador Carlos Bolsonaro lamentaram as falas do pastor.

Presidente do PSB critica ênfase em pautas identitárias

Para Siqueira, esquerda exagera no tema | Foto: Divulgacão/PSB

Presidente do PSB, Carlos Siqueira avalia que a ênfase em pautas identitárias tem prejudicado setores da esquerda, o que, afirma, refletiu-se na eleição. Para ele, o "exagero" no tema colabora para uma divisão da sociedade e dá "discurso para a extrema direita".

Siqueira ressalva a necessidade de defender minorias e de respeitar seus direitos, mas critica o que classifica de excessos. Cita como exemplo o fato de, num comício de Guilherme Boulos (Psol), uma cantora ter usado linguagem neutra em versos do Hino Nacional.

Segundo o dirigente, a esquerda precisa fazer com que as pessoas voltem a sonhar com mudanças.

Três debates

Disposta a limitar a três número de debates em São Paulo, a campanha de Ricardo Nunes destaca que, em eleições anteriores, esta foi a quantidade máxima de confrontos no segundo turno. Lembra que, em 2020, Boulos defendeu que houvesse, no máximo, três debates.

Pandemia

O psolista rebateu, lembrou que a eleição passada foi disputada durante a pandemia. O último debate, na TV Globo, foi cancelado porque ele testara positivo para a Covid. No primeiro turno de 2024 houve onze confrontos — Nunes e Boulos foram a dez deles.

Números

Nas eleições anteriores, a quantidade de debates na primeira fase foi menor. Em 2016, houve quatro; em 2020, dez — mas os principais candidatos que lideravam as pesquisas foram em apenas sete (Bruno Covas, cabeça da chapa em que Nunes era vice, esteve em seis).

Manipulação

A CPI do Senado que apura manipulação de resultados no futebol decidiu ir a Portugal ouvir de maneira reservada William Rogatto, que depôs ontem. Ele confessou que subornava jogadores e árbitros e disse saber que o Palmeiras foi beneficiado no Brasileirão de 2023.