Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Eleição revela nova safra de políticos da direita

Sóstenes diz que esquerda não se renova | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Apesar de toda a confusão em torno do papel desempenhado por Jair Bolsonaro no primeiro turno da eleição, o deputado Sóstenes Cavancante (PL-RJ) comemora o que classifica de nova safra da direita.

Ressalta que as urnas revelaram ou reforçaram lideranças jovens como os deputados André Fernandes (de 26 anos) e Abilio Brunini (40), ambos do PL. Eles chegaram ao segundo turno nas eleições de Fortaleza (CE) e Cuiabá (MT).

Segundo ele, nomes como esses se somam aos de políticos mais experientes, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina — eles têm, respectivamente, 49 e 68 anos. "Temos duas gerações de políticos", diz.

 

Diálogos

Sóstenes ressalta que se trata de uma situação bem diferente daquela por que passa a esquerda que, segundo ele, só tem o presidente Lula. Ele destaca o papel exercido na eleição por Tarcísio que, apesar de ser cria de Bolsonaro, "dialoga com todo mundo".

Garoto

Sóstenes minimiza até o fato de outro jovem, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ter desrespeitado o partido e apoiado, em São Paulo, a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) à prefeitura. Atribui à idade e à juventude o gesto do parlamentar, recordista de votos em 2022.

Presidente do MDB quer Bolsonaro com Nunes

Prefeito conversou com ex-presidente | Foto: Divulgação/Campanha de Ricardo Nunes

A campanha de reeleição Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo continua no samba de uma nota só do vai não vai de uma participação mais efetiva de Bolsonaro. O ex-presidente telefonou para o prefeito, colocou-se à sua disposição.

Presidente do MDB, o deputado Baleia Rossi (MDB) tem defendido a presença de Bolsonaro, diz que ele ajudará a convencer eleitores de Marçal. Mas aliados ainda temem a rejeição do ex-presidente e a possibilidade de seu radicalismo afastar moderados.

Pra piorar, ninguém sabe se Bolsonaro vai mesmo entrar na campanha, há o risco de ele ficar irritado e chutar o balde.

Olhos tapados

Na live da última sexta, Bolsonaro chegou a tapar os olhos ao dizer o que eleitores que não gostavam de Nunes deveriam fazer na hora de votar do emedebista. Ele estava ao lado do candidato a vice que impôs à chapa, o coronel da reserva da PM Mello Araújo (PL).

Rejeitado

Há um consenso na campanha de Nunes: a falta de paciência com Fabio Wajngarten, amigo e advogado de Bolsonaro, que chefiou a comunicação social de seu governo. Para aliados do prefeito, ele se intromete demais e promete o que não tem condições de cumprir.

Longevo

Se cumprir todo o seu novo e quarto mandato à frente da prefeitura do Rio, Eduardo Paes (PSD) ficará um total de 16 anos no posto — o recorde anterior é de seu padrinho político, Cesar Maia (PSD), que exerceu o cargo de prefeito por três mandatos, um total de 12 anos.

Eduardo I

Em matéria de longevidade no poder, Paes ainda perderá de D. Pedro II, que ficou 49 anos no trono, e Getúlio Vargas, que presidiu o país por 18 anos, seis meses e 19 dias. O prefeito deixará pra trás até Marconi Perillo, governador de Goiás ao longo de 14 anos.