As pesquisas que serão divulgadas esta semana trazem uma preocupação especial para Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição para prefeito de São Paulo: o temor de que um crescimento de Guilherme Boulos (Psol) seja superestimado.

Isso porque mesmo entre aliados há uma avaliação de que a vantagem de Nunes apontada pelo Datafolha na semana passada tenha sido fruto de alguma falha — o placar de 55% a 33% das intenções de voto não é compatível com as pesquisas da campanha do emedebista, que apontavam uma diferença menor, de entre 12 e 14 pontos.

Assim, uma eventual correção no novo Datafolha e o registro de algum crescimento de Boulos passariam a ideia de um avanço exagerado do psolista.

Há, na campanha de Nunes, o medo de que o apagão em São Paulo, que começou durante um temporal na sexta, tenha dado gás a Boulos, que tem explorado muito o assunto. O emedebista torce muito para que não volte a chover pesado até o dia da eleição.

A decisão do SPTV de fazer, ontem e hoje, entrevistas com os candidatos minguou a agenda de Nunes. Para transmitir as conversas, o telejornal abriu mão de, nos dois dias, cobrir eventos de rua — e aparecer na tela da Globo é o principal motivo de muitas panfletagens.

Pesquisas qualitativas feitas pela campanha de Boulos indicaram que ele venceu o debate da Band, na segunda — isto, até entre eleitores de Nunes.

A vantagem foi maior no primeiro bloco, quando os pesquisados acharam o prefeito inseguro. Seu desempenho, porém, foi tido como melhor no segundo momento.

O psolista usou e abusou de um recurso muito estimulado por seus assessores: formular questões simples e diretas para o adversário, que não abrissem a possibilidade de mudança de assunto. Boulos aproveitou cada fala para fazer perguntas a Nunes. Insistiu muito na falta de preparo da cidade para emergências.

Num dos seus melhores momentos, Nunes desarmou Boulos, que se valia da possibilidade de andar pelo palco para se aproximar do emedebista e constrangê-lo. O prefeito, então, abraçou o psolista, riu, perguntou se ele estava bem e disse que não seria intimidado.

Na saída do confronto da Band, o marqueteiro Duda Lima, de Nunes, compartilhou sua sensação de alívio com um amigo. "Menos um (debate)...". O emedebista tem tentado diminuir o número de debates — em tese, haverá mais três; um deles, amanhã.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Tribunal Federal, marcou para o dia 11 de novembro uma audiência pública para discutir o impacto das apostas no país. A medida foi provocada por uma ação movida pela Confederação Nacional do Comércio.

A CNC quer a declaração de inconstitucionalidade da lei que regulamentou as bets. Argumenta que a dependência ao jogo afeta até o consumo de bens essenciais. Entre os convidados estão a Advocacia-Geral da União e os presidentes do Senado e da Câmara.