A pesquisa da Quaest feita em São Paulo levou boas e más notícias para Guilherme Boulos (Psol). A melhor é a redução da vantagem de Ricardo Nunes (MDB) — era de 22 pontos segundo o Datafolha na semana passada, ficou em 12. Ainda que seja temerário comparar pesquisas de institutos diferentes, a mudança mantém o psolista na briga.

Outro ponto é a existência de 26% de indecisos entre os entrevistados que declararam seu candidato de forma espontânea (Nunes ficou com 38%; Boulos com 28%). Isso indica que há uma parcela muito grande do eleitorado que ainda não decidiu de vez em quem votar.

A Quaest reforçou pontos negativos, como a rejeição a Boulos: 48% disseram temer sua eleição (no caso de Nunes são 32%).

O resultado da pesquisa reforçou a intenção do psolista de investir no aumento da rejeição do adversário. No debate da manhã de hoje (promovido pela Folha de S.Paulo, Rede TV e pelo Uol), ele vai insistir em temas como apagão e suposta máfia das creches.

No confronto da Band, Boulos não citou o boletim de ocorrência por agressão doméstica que a mulher de Nunes registrou há 11 anos, mas não descarta a possibilidade de voltar ao assunto. No debate, disse que, no caso de políticos, a vida privada também é relevante.

Boulos quer explorar novos detalhes relacionados a Eduardo Olivatto, chefe de gabinete da Secretaria de Infraestrutura Urbana de São Paulo e que foi casado com uma irmã de Marcola, chefe do PCC. A secretaria é responsável por boa parte dos contratos emergenciais.

O UOL publicou que Olivatto mora em apartamento do empresário Fernando Marsiarelli, que acumula, nos últimos quatro anos, contratos emergenciais de R$ 624 milhões com a prefeitura. O apartamento estaria alugado ao servidor.

O portal também revelou que, no último dia 11, Olivatto pediu votos para Nunes a funcionários de uma empreiteira.

Os efeitos do temporal de sexta passada ainda não acabaram — ontem, ainda havia 90 mil imóveis sem luz em São Paulo. Mas a grande preocupação do prefeito Nunes é com a possibilidade de nova chuva pesada a partir de amanhã. Teme a repetição dos estragos.

A campanha de reeleição de Nunes confirma que, no dia 22, Jair Bolsonaro (PL) estará presente a um café da manhã com políticos do PL em apoio à sua candidatura. Já Boulos conta com a presença do presidente Lula (PT) para uma manifestação depois de amanhã.

Bolsonarista, o pastor e deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) — aquele que fez elogios a Lula numa solenidade no Planalto — já chamou o presidente de "vagabundo". Está sendo processado por ter ofendido o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Em 2020, o parlamentar afirmou que Moraes era "déspota" e "canalha". Quando era vereador no Rio, De Paula fez, no plenário da Câmara Municipal, gestos homofóbicos para ofender o também parlamentar David Miranda, homossexual. Miranda morreu em 2023.