Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Entrada de Bolsonaro é vista como oportunismo

Ex-presidente resolveu aumentar agenda com Nunes | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Integrantes do comitê de reeleição de Ricardo Nunes(MDB) à prefeitura de São Paulo não ficaram nada animados com a decisão de Jair Bolsonaro de ampliar sua agenda, terça, com o candidato.

Teve gente falando em oportunismo do ex-presidente, que só decidiu participar da campanha depois que pesquisas mostraram a confortável liderança do emedebista.

Há o temor de que a presença ostensiva de Bolsonaro comprometa a imagem de equilíbrio buscada por Nunes e aumente sua rejeição.

A decisão de ampliar os compromissos com emedebista é atribuída na campanha a Fabio Wajngarten, advogado do ex-presidente e que chefiou a Secretaria de Comunicação Social em seu governo.

 

Maratona

A agenda de Bolsonaro com Nunes previa apenas um café da manhã com lideranças no PL. Foram incluídos um almoço com empresários e empreendedores, a gravação de um podcast e a participação num evento da Igreja Sara Nossa Terra com o bispo Robson Rodovalho.

Venezuela

Já na campanha de Guilherme Boulos (Psol), o fogo amigo partiu da decisão da representante do PT no Foro de São Paulo, Mônica Valente, de reconhecer a legitimidade da vitória de Nicolás Maduro na Venezuela. Boulos e o PT não quiseram comentar o assunto.

Programas de governo ignoraram situação da Enel

Empresa foi ignorada nos textos dos candidatos | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Alvo de muitas críticas por parte dos dois candidatos à prefeitura de São Paulo, a Enel, distribuidora de energia da cidade, foi ignorada nos programas de ambos registrados na Justiça Eleitoral.

Os textos também não tratam de fornecimento de energia elétrica nem falam em risco de novo apagão como o que ocorreu em novembro do ano passado e se repetiu a partir da última sexta.

O programa de Boulos prevê o fortalecimento da Agência Reguladora de Serviços Públicos na fiscalização das concessões. A agência é responsável por serviços terceirizados como iluminação pública e sinais de trânsito, coleta de lixo e serviço funerário.

Poda zero

A poda de árvores não é citada no programa de Nunes — o prefeito tem sido acusado por Boulos de ter contribuído para o apagão ao não priorizar o serviço. O texto do psolista fala em uso de tecnologia para monitorar as árvores e tornar mais eficientes a poda e o manejo

Clima é destaque

A zeladoria da cidade é mencionada quatro vezes no programa de Boulos e uma no de Nunes. Mudanças climáticas, enchentes e meio ambiente são bem citados pelos dois. Empreededorismo é alvo de 11 menções pelo emedebista e quatro pelo seu adversário.

Mais jovens

A pesquisa Datafolha de ontem registra movimentos importantes nos extremos das faixas por idades. Entre os jovens até 24 anos, Boulos ganhou oito pontos; Nunes perdeu nove. Agora, há um quadro de empate técnico, com o psolista numericamente à frente, 43% a 41%.

Mais velhos

Nunes continua a liderar com folga entre os eleitores com mais de 60 anos (53% a 32%), mas perdeu dez pontos neste segmento, enquanto Boulos cresceu quatro. Em uma semana, o emedebista também ficou com menos oito pontos entre os de 25 a 34 anos.