Parece até notícia velha, mas acabou de sair para confirmar umas das caracteríticas da tragédia racial e social brasileira: entre os 3.169 mortos pela polícia em nove estados ao longo de 2023, 87,8% eram negros. O números se referem apenas às vítimas que tiveram sua cor registrada.

No caso de Pernambuco, 95,7% dos mortos eram negros (conjunto formado por pretos e pardos) — por lá, eles representam 65,3% da população.

A desproporção se repete em oito dos nove estados analisados, com exceção do Piauí. No Rio de Janeiro, 86,9% dos que morreram por ação policial eram negros, que somam 57,8% dos que vivem no estado. Em São Paulo, situação parecida: 66,3% das vítimas contra 40,9% dos habitantes.

Publicado no estudo "Pele alvo", o estudo revela que os casos independem dos partidos no poder. Na Bahia, admistrada pelo PT desde 2007, as mortes em confronto com a polícia subiram 161,8% entre 2019 e 2023, foram de 650 para 1.702: 94,6% eram negros, 79,7% da população.

Na Bahia, as mortes em confrontos com a polícia superaram, pelo segundo ano consecutivo, as registradas no Rio, onde houve uma redução de 34,5%. Em São Paulo, em 2023, primeiro ano da gestão dp governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o pulo foi de 21,7%.

Os números do CESeC (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania), mostram progressos em estados, onde houve redução de vítimas fatais nesses conflitos: Amazonas (40,4%), Ceará (3,3%), Maranhão (32,6%) e Piauí (30,8%). Isso, porém, não muda a desproporção entre população e cor.

No caso do Ceará, 88,7% dos mortos eram negros — praticamente 80% eram adolescentes ou jovens entre 12 e 29 anos. Nos estados pesquisados, foram mortos 243 crianças ou jovens que tinham entre 12 e 17 anos.

Os casos no Pará (530) são semelhantes aos de São Paulo (510), que tem população cinco vezes maior.

A final da Libertadores entre dois times brasileiros inflacionou as viagens para Buenos Aires, onde, no dia 30, o jogo será realizado. Há duas semanas, era possível comprar voo ida e volta a partir de São Paulo por R$ 2,4 mil. Ontem, já estava na casa dos R$ 8 mil.

A partida entre Botafogo e Atlético Mineiro também fez disparar os preços para a quase vizinha Montevidéu: ida e volta por cerca de R$ 7 mil. O estádio deve encher: na tarde de ontem, dois dos três setores reservados para a torcida do time carioca estavam esgotados.

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, convidou representantes de 46 entidades públicas e privadas para participar, nos dias 11 e 12, de audiência pública sobre a ação da Confederação Nacional do Comércio que pede a inconstitucionalidade da lei das bets.

Todo esse pessoal terá três reuniões para expor seus pontos de vista. A CNC alega que as apostas contribuem para o endividamento das famílias e ameaçam a economia. O problema é que se a lei de 2023 for escanteada, a de 2018 — um liberou geral — volta a valer.