Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Ex-ministro: eleição de Trump afetará COP 29

Ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc afirma que a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos é um baque muito forte na questão ambiental e vai impactar a COP29, a 29ª Conferência do Clima da ONU, que começa hoje, em Baku, no Azerbaijão.

"Essa vitória do Trump é uma ducha de água gelada que, infelizmente, não vai resfriar a febre planetária", diz o líder do PSB na Assembleia Legislativa do Rio.

Para ele, o futuro presidente norte-americano vai retirar o país da Convenção do Clima, assinada em 1992, que tem o objetivo de diminuir a emissão de gases que provocam o aquecimento global. Deverá também barrar verbas prometidas pelo atual governo dos EUA para o Fundo Amazônia.

 

Poluentes

Minc também prevê que Trump vai estimular mais a produção e o consumo de petróleo e de carvão, o que complicará ainda mais a situação do planeta. Isso, num momento em que castástrofes naturais despertam a atenção do mundo para a questão das mudanças climáticas.

Imposto global

Segundo ele, a nova situação exigirá a criação de novas fórmulas e estratégias para a obtenção de recursos para a mitigação dos efeitos das mudanças e adaptação energética. Frisa a necessidade de criação de um imposto global sobre transações financeiras.

Guerras desviaram atenção do mundo da crise ambiental

O deputado ressalta que as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio desviaram parte da atenção do mundo da questão ambiental, situação que se agrava com a eleição de Trump.

Minc lembra que, em COPs anteriores, países em desenvolvimento conseguiram arrancar dos mais ricos compromissos de transferência de muitos recursos para recuperação de áreas atingidas e adoção de tecnologias limpas.

Ressalva, porém, que apenas uma pequena parcela desse dinheiro, cerca de 10%, foi liberada. Países desenvolvidos alegavam falta de projetos e de gestão: "Eles precisam financiar esses gargalos, não temos outro planeta".

Extradição

Integrante da CPI das Apostas, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) afirma que a Polícia Federal se mobiliza desde sexta passada para encaminhar o pedido de extradição do empresário William Rogatto, preso em Dubai, nos Emirados Árabes, pela Interpol.

Delação

Portinho destaca a importância de uma negociação para que Rogatto, conhecido como o "Rei do rebaixamento", faça uma delação premiada. Em depoimento por vídeo à CPI, ele afirmou ter manipulado resultados de jogos de diversos campeonatos de futebol no país.

Interesse

O senador diz que, ainda na sexta-feira — quando Rogatto foi detido —, conversou com o diretor da PF, Andrei Rodrigues, sobre o caso. De acordo com ele, o empresário, que tinha três mandados de prisão, já manifestou interesse em "construir uma delação".

Poder

O assassinato, provavelmente pelo PCC, do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach no Aeroporto de Garulhos, em São Paulo, lembra a situação do México e a da Colômbia dos tempos de Pablo Escobar. O ato mostra o poder das organizações criminosas.