Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Ligado a Malafaia, Sóstenes deverá liderar PL

O deputado diz que as negociações estão avançadas | Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) deverá substituir Altineu Côrtes (RJ) na liderança do partido na Câmara a partir de fevereiro do próximo ano.

Ele disse ao Correio Bastidores que as articulações para que ele assuma o novo cargo estão bem encaminhadas dentro da bancada.

Segundo Sóstenes, não haverá problema com o fato de o PL ter um novo líder vindo da bancada fluminense.

Ressaltou está sendo articulada a indicação de um representante de São Paulo — Eduardo Bolsonaro — para a Secretaria de Relações Internacionais da Câmara. Ele também assumirá um cargo equivalente no PL.

Apesar do favoritimos de Sóstenes, Luciano Zucco (RS) também quer a liderança.

 

Animação

A ida de Sóstenes para o cargo promete tornar os debates mais animados no plenário — a liderança do PT ficará com Lindbergh Farias (RJ), também conhecido pela ênfase com que defende suas posições. Ele tem assumido posturas à esquerda do governo Lula.

Aborto

Mais vinculado ao bolsonarismo que Côrtes (este, ligado ao presidente do partido, Valdemar Costa Neto), Sóstenes é pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, de Silas Malafaia. É autor do projeto que equipara ao homicídio o aborto depois da 22a semana de gravidez.

Bolsonaro muda postura de olho em anistia

Ex-presidente procura amenizar a própria imagem | Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

A versão paz e amor de Bolsonaro — tem dado entrevistas a jornais e publicou artigo na Folha de S.Paulo — é vista por aliados como uma tentativa de amenizar sua imagem e diminuir resistências à anistia.

Em 2020, o então presidente chamou o jornal paulista de "canalha", "patife" e "mentiroso". Isto, devido a uma reportagem que tratava de sua suposta interferência na Polícia Federal. "Canalha é elogio para a Folha de S.Paulo", disse, aos gritos.

Questionado sobre a notícia, ele determinou que jornalistas calassem a boca.

Bolsonaro deverá ser denunciado pela Procuradoria-Geral da Republica.

6x1 no governo

Bandeira do recém-eleito vereador Rick Azevedo, do Psol carioca, a proposta de fim do regime de folga única durante a semana bombou na internet e surpreendeu o governo. A deputada Erika Hilton (Psol-SP) quer transformá-la em emenda constitucional.

Alvo

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho virou alvo da esquerda ao publicar no X que o fim da escala 6x1 "deve ser tratada em convenções e acordos coletivos de trabalho". Azevedo disse ser inconcebível que ele ignore as "pressões comerciais" que "distorcem muitos desses acordos".

Exploração

O vereador eleito afirmou que o pronunciamento de Marinho "demonstra desconexão com as necessidades do trabalhador" e "perpetua um sistema que o explora". Outros comentários ressaltaram que reforma trabalhista de Michel Temer enfraqueceu os sindicatos.

Surpresa

Negro, ex-balconista de farmárcia e hoje influenciador digital, Azevedo fez uma campanha barata — R$ 60 mil. Nela, lançou o movimento VAT — Vida Além do Trabalho: teve 29.364 votos. Virou liderança inesperada de uma esquerda que colecionou derrotas na eleição.