Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | O VERBO E A METAFÍSICA DO PADRE JOSÉ EDUARDO

Religioso é suspeito de tramar golpe | Foto: Reprodução/Facebook

Indiciado como integrante do núcleo jurídico da tentativa de golpe, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva escreveu oito vezes, com todas as letras, o verbo "f.". Isto, em 6 de dezebro de 2022, em mensagem de cinco linhas para o amigo Danilo Martins da Silva.

"Se ele não fizer isso, ele vai se f. e o povo também vai se f.; se ele fizer isso, ele não vai se f., mas o povo vai ser (sic) f. e, depois, vai f. ele; se ele fizer o que tem que fazer, ele não vai se f. e o povo não vai se f., mas depois vão f. ele do mesmo jeito".

De acordo com a PF, "ele" é Jair Bolsonaro. O padre se referia à possibilidade de o então presidente assinar decreto que deflagraria um golpe de Estado. Após os palavrões, ele ironizou: "Altas conversas metafísicas em Brasília".

 

Atendimentos

Citado 74 vezes no relatório da PF, José Eduardo esteve diversas vezes em Brasília entre novembro e dezembro de 2022. Em pelo menos três oportunidades, esteve no Palácio da Alvorada e se encontrou com Bolsonaro. Segundo ele, para prestar "atendimento espiritual".

Oração golpista

Bolsonaristas acusaram a investigação de quebrar o sigilo canônico do padre. A PF diz que José Eduardo enviou a aliados artigo que autorizaria um golpe. Ele também mandou para o frei Gilson da Silva Pupo Azevedo oração em que pede preces para uma intervenção militar.

OS CORONÉIS QUE PERDERAM A MEMÓRIA

Fabrício Bastos disse não se lembrar de mensagens | Foto: Reprodução/Redes sociais

Corajosos para — segundo a PF — participarem de uma articulação para impedir a posse de Lula, o coronel Fabrício Moreira de Bastos e o tenente-coronel Bernardo Romão Corrêa Netto demonstraram, em depoimentos, ter problemas de memória.

A polícia recuperou mensagens em que Bastos trata da articulação golpista. Numa delas, diz a Corrêa Netto que passara da hora de Bolsonaro agir e que era preciso mandar prender "todo mundo do TSE e STF". Ao depor, porém, disse não se lembrar de ter enviado o texto.

Corrêa Netto, diz a PF, "faltou com a verdade" ao dizer que não soube de uma reunião golpista ocorrida em novembro.

Salão de festas

Segundo as investigações, Corrêa Netto foi um dos organizadores do encontro, que reuniu oficiais das Forças Especiais — os "kids pretos". A conspiração ocorreu no salão de festas do prédio onde mora o pai do coronel Márcio Nunes de Resende Júnior, em Brasília.

Natal golpista

Já o coronel Cleverson Ney Magalhães confirmou que participou da reunião, mas negou que o encontro tivesse objetivo golpista. Então assessor do Comando de Operações Terrestres (Coter), Magalhães disse que houve uma confraternizaç!ao de fim de ano.

Retaliação

Apesar do recuo do Carrefour, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) quer criar normais para equiparar eventuais retaliações comerciais de outros países. Pretende anexar ao projeto que criar parâmetros para acordos internacionais um outro que está no Senado.

Sem blusinhas

De autoria do senador Zequinha Marinho (PL-PA), o projeto proíbe a entrada no mercado brasileiro de produtos de países que não tenham metas semelhantes às nossas de emissões de gases. Periga impedir a chegada de tudo o que vem da China e dos EUA de Trump.