Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | O custo do governo para liberar emendas e votações

Dino fez novas exigências para liberar emendas | Foto: Fellipe Sampaio /SCO/STF

A aprovação do pacote de medidas de controle de gastos vai ter um custo razoável para o governo — custo político e em reais.

Além da liberação de parte das emendas parlamentares represadas, já há muitos deputados falando na necessidade de o Planalto pagar um extra e liberar transferências especiais, as chamdas emendas pix — um extra de fim de ano, como definiu um integrante da Câmara para a coluna.

Do total de R$ 16 bilhões retidos desde agosto por decisão do Supremo Tribunal Federal, entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões devem ser liberados até amanhã.

O problema é com o restante, que esbarra em exigências feitas pelo ministro Flávio Dino e respaldadas pelos demais integrantes do STF.

 

Lula na luta

Na terça, o presidente Lula se reuniu com lideranças partidárias e foi enfático ao defender o cumprimento de acordos. Criticou as alterações feitas por Dino na lei que regulamenta emendas. A Advocacia-Geral da União pediu ao STF para reconsiderar alguns pontos.

Pas de deux

O problema todo é que continua a desconfiança de que Lula e Dino jogaram juntos o tempo todo para criar dificuldades para as emendas, muito criticadas pelo presidente durante a campanha eleitoral. Agora, deputados querem provas da sinceridade do Planalto.

A legião da boa vontade limitada na Câmara

Arthur Lira voltou a criticar o Supremo | Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Para evitarem bater de frente com Lula, partidos da base como o PDT decidiram um caminho que indica alguma boa vontade: votar a favor do pedido de urgência para análise de projetos relacionados ao pacote fiscal. "Mas só a urgência, o mérito é outra história", ressaltou um pedetista.

Ou seja, para a votação do mérito das medidas, o governo vai ter que abrir o cofre e, ainda por cima, negociar com o STF para aliviar exigências relacionadas a emendas.

Ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), criticou o STF e ressaltou que Planalto não tem votos suficientes para aprovar o pacote — Lula vai ter que se virar.

GLO rentável

Um parlamentar aponta outro motivo para a resistência das Forças Armadas à Proposta de Emenda Constitucional que quer eliminar qualquer possibilidade golpista do artigo 142, que trata de militares. A PEC prevê o fim de operações de Garantia da Lei e da Ordem.

Dinheirão

Ele ressalta que essas operações rendem um bom dinheiro para os quartéis. Entre novembro de 2023 e maio de 2024, a GLO decretada para reforço de segurança em portos e aeroportos do Rio e São Paulo custou R$ 215,6 milhões — R$ 182 milhões foram para as FFAA.

Drible 1

Estelionatários digitais são criativos para driblar barreiras de segurança de bancos. Um cliente do Itaú recebeu mensagens falsas de WhatsApp identificadas pelo número verdadeiro, utilizado pelo banco — é como se apresentassem um documento fraudado.

Drible 2

O mesmo cliente já entrou em contato com o telefone de segurança do banco para narrar um problema e, em seguida, recebeu uma ligação que seria do próprio Itaú — mas era um golpe. Os bandidos conseguem até detectar chamadas verdadeiras para o banco.