No dia 18, 11 líderes do Senado encaminharam a sete ministros do governo pedido de liberação de 307 emendas de comissões. O documento, obtido pelo Correio Bastidores, lista 307 obras e serviços. O senador Omar Aziz (AM), líder do PSD — partido de maior bancada —, fez 114 pedidos.

Alertado em ofício enviado pela Advocacia da Câmara dos Deputados no último dia 27, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, decidiu, ontem, também exigir explicações do Senado sobre as emendas de comissão.

Advogado da Câmara, Jules Michelet Queiroz e Silva, alegou que o Senado também encaminhara pedido de liberação de emendas via lideranças. Mas, até então, só a Câmara era questionada.

A lista inclui R$ 12,6 milhões para a Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul, solicitação feita por Tereza Cristina (PP-MS). O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) fez 23 pedidos, entre eles, R$ 5,5 milhões para pista de skate em Boa Vista (RR).

Beto Faro (PT-PA) requisitou 40 emendas, que incluem compras de tratores. Ele e outros líderes encaminharam pedidos genéricos, identificados como "obra" — há 64 assim listados, que beneficiam diversos municípios. Carlos Portinho (PL-RJ) fez 15 indicações.

Satisfeito com o resultado das vendas de Natal, o vice-presidente institucional do Grupo Multiplan, Vander Giordano, diz que a covid mudou os consumidores.

Para o diretor da rede de 20 shoppings centers, o flerte com a morte fez com que muita gente repensasse sua relação com o dinheiro.

Parte da grana que seria poupada passou a ser gasta no presente. "As pessoas passaram a curtir mais a vida", avalia.

Cita, entre outros exemplos, as grandes turnês de artistas internacionais e a presença massiva de público em eventos como Rock in Rio. "Os ingressos acabaram em segundos", frisa.

Destaca que o mercado de luxo "explodiu" no pós-pandemia e que o crescimento do comércio eletrônico não afetou as compras nos shoppings. Isso, afirma, pela necessidade humana de convivência. "Gostamos de experimentar produtos, conversar", ressalta.

Diz que o comércio eletrônico não vive sem o físico que, por sua vez, precisa de ferramentas eletrônicas. As mudanças fazem com que shoppings ampliem o foco: "Serão, cada vez mais, locais de arte, cultura, lazer, entretenimento, gastronomia, serviço e comércio", lista.

Apesar do bom resultado natalino, o executivo afirma que não dá para prever 2025. Insiste na necessidade de maior previsibilidade, de estabilidade jurídica, de planejamento de médio prazo. Fala também em reforma administrativa e de corte de gastos pelo governo.

A reforma tributária, vista com desconfiança pelo comércio e pelo setor de serviços, teve, de acordo com Giordano, a grande vantagem de gerar simplificação. Algo que tende a diminuir departamentos voltados para cálculos dos diferentes impostos hoje existentes.