Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Pesquisa revela país dividido e disputa empatada

AtlasIntel mostra um futuro incerto para Lula | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A pesquisa AtlasIntel que dá a Lula uma liderança em relação a prováveis adversários em 2026 reforça a divisão do país. Mostra também um risco para o petista: nos cenários, a soma dos percentuais dos candidatos de direita e centro-direita aponta para um empate.

A situação fica mais delicada ao se levar em conta que o presidente é, no cardápio apresentado pelo instituto, o único significativo a carregar a bandeira da esquerda e da centro-esquerda.

Como representante deste quase bloco do Eu Sozinho, Lula teria dificuldades para, num eventual segundo turno, agregar votos de políticos do mesmo campo ideológico.

A polarização fica mais evidente no equilíbrio entre aprovações e desaprovações do presidente.

 

Tudo junto...

No primeiro cenário, a soma de intenções de votos de Tarcísio de Freitas, Pablo Marçal, Ronaldo Caiado, Sérgio Moro e Gusttavo Lima soma 45,7 pontos. Lula tem 45,2. Com os votos das ministras Simone Tebet e Marina Lima, chegaria a 45,5% das preferências.

...e misturado

A situação se repete em uma segunda possibilidade de primeiro turno, com Eduardo Bolsonaro com 23,5% das preferências, percentual que somado com os demais candidatos de direita, chegaria a 46,5%. Lula volta a liderar, com 41,2%. Simone e Marina, juntas, têm 4,4%.

 

Mais pobres preferem candidatos da direita

Governador apresenta bons índices na pesquisa | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A pesquisa dá boas notícias para Lula: o candidato que dele mais se aproximaria num eventual segundo seria o hoje inelegível Jair Bolsonaro (49% a 43%). Sobre Tarcísio de Freitas, a vantagem é de dez pontos, 49% a 39% — mas, neste caso, é preciso levar em conta que o governador paulista é bem menos conhecido que o presidente.

Um dado preocupante para o Planalto são as intenções de voto de Tarcísio e de Eduardo entre os mais pobres: eles ganham de Lula nos segmentos com renda familiar de até R$ 3 mil (no caso do filho de Bolsonaro, há um empate técnico com o presidente entre os de renda entre R$ 2 mil e R$ 3 mil).

Federais

Apesar de protestos de entidades de servidores, o Ministério da Saúde avalia que conseguiu encaminhar soluções para um dos maiores e antigos problemas da pasta: os hospitais federais do Rio, uma rede herdada do antigo Distrito Federal e que não sai da UTI.

Fiocruz

Antigo Hospital dos Bancários, o da Lagoa, na Zona Sul, deverá passar a ser administrado pela Fundação Oswaldo Cruz, que foi presidida pela ministra Nísia Trindade. A Fiocruz, ligada ao ministério, tem experiência na administração de hospitais próprios.

Servidores

O Hospital dos Servidores deverá ser integrado à rede de hospitais universitários da Ebserh, empresa pública subordinada ao Ministério da Educação. Neste caso, passaria a ser ligado ao Hospital Gaffrée e Guinle, da UniRio, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

 

Ipanema

Dois hospitais da rede — Andaraí e Cardoso Fontes — já foram municipalizados; o de Bonsucesso, entregue ao Grupo Hospitalar Conceição, baseado no Rio Grande do Sul e também ligado ao Ministério da Saúde. Não deverá haver mudanças na situação do Hospital de Ipanema.