Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | 'Brasil precisa agir para evitar taxação de Trump'

José Augusto de Castro quer ação da diplomacia | Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro diz que o Itamaraty deve trabalhar para evitar que o governo de Donald Trump aumente as taxas de importação de nossos produtos.

Ao tomar posse, o presidente norte-americano disse que iria aumentar as tarifas cobradas de outros países para assim "enriquecer" seus compatriotas.

Segundo Castro, é preciso que a diplomacia brasileira mostre aos americanos que há um equilíbrio na balança comercial entre os dois países e que, portanto, não haveria sentido de encarecer o que eles compram por aqui. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,33 bilhões para os EUA, e importou US$ 40,58 bilhões.

 

Latidos

Castro afirmou que a situação é preocupante. "Até agora, o Trump se limitava a rosnar; agora, começou a latir", ressalta. Ele frisou que, diferentemente da China, os EUA importam produtos manufaturados e semi-acabados do Brasil, como aviões, peças aeronáuticas e aço.

Custo Brasil

Ressalta que o chamado Custo Brasil também dificulta as exportações por tornar mais caros produtos manufaturados. Frisa que o longo prazo de implantação da reforma tributária impede melhorias imeditadas no cenário e que será preciso ver o que realmente vai valer.

Restrições a outros países também afetariam o Brasil

Donald Trump quer proteger empresas americanas | Foto: GOP/Fotos Públicas

O presidente executivo da AEB destaca, porém, que boa parte das exportações brasileiras para os EUA é feita por subsidiárias de empresas americanas que, assim, abastecem suas matrizes.

É o caso, por exemplo do aço e de autopeças — a eventual restrição a essas importações seria prejudicial para os próprios americanos.

Mas as atitudes de Trump têm potencial de gerar um problema indireto para o Brasil. Com a a eventual sobretaxação de produtos chineses e indianos, esses dois países tenderiam a aumentar a oferta de manufaturados no Brasil, o que complicaria ainda mais a situação da indústria local.

Vendas

Em 2024, o Brasil vendeu para os EUA principalmente petróleo bruto (US$ 5,7 bilhões), produtos semi-acabados de ferro e aço (US$ 3,5 bilhões), aviões e outros equipamentos do setor (US$ 2,6 bilhões) e café (1,9 bilhão). Motores de aviões lideram as importações.

China

Principal parceiro comercial do país a China comprou um total de US$ 96 bilhões do Brasil, com destaque para soja, petróleo, minério de ferro, carne bovina e celulose. Para cá exportou US$ 64,5 bilhões. Da lista constam basicamente produtos industrializados.

Saúde na vitrine

A decisão do presidente Lula (PT) de reforçar a divulgação de iniciativas do Ministério da Saúde foi tomada depois de uma reunião, semana passada, com a ministra Nísia Trindade. Ele gostou do que ouviu e avaliou que as iniciativas da pasta mereciam ser alardeadas.

Entregas

Logo depois, Nísia teve uma conversa com o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, que ficou de definir estratégias de veiculação das chamadas entregas. Entre as prioridades estão os programas de Saúde da Família e do Farmácia Popular.