Ao afirmar ontem que exigira a troca de administradores da Voepass/Passaredo, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) desmentiu informação que, em 27 de novembro do ano passado, prestara ao Correio Bastidores.

Em e-mail enviado dois dias antes, a coluna perguntou, entre outros pontos, se a agência determinara o descredenciamento e a consequente demissão de ocupantes de cinco funções-chave na empresa.

A Anac respondeu: "Em relação ao corpo diretivo da empresa, informamos que a Anac não credencia ou nomeia esses profissionais, mas apenas aceita ou recusa indicações apresentadas pela empresa (...)". A agência reiterou que "não determina demissões nas empresas por ela reguladas".

Na nota de ontem, porém, a Anac afirmou que, em outubro (mês anterior à consulta feita pela coluna), "foram exigidas" medidas como "troca de administradores e execução do plano de ações para correções das irregularidades". Na época, a Voepass foi na mesma linha.

Na resposta, a empresa afirmou que as informações não procediam e que a "mudança organizacional anunciada em setembro" faria parte "do compromisso de fortalecimento do grupo de liderança executiva". Ontem, suas operações foram suspensas.

A população que, com toda a razão, teme ser vítima da criminalidade deveria prestar mais atenção na violência do trânsito. Dados da Secretaria de Segurança de São Paulo mostram que, por lá, as vítimas por acidentes superam os casos somados de homicídios e de latrocínios (assaltos que terminam em assassinatos).

Em 2024, houve 4.129 casos de homicídios culposos (sem intenção de matar) por acidente de trânsito. Os homicídios dolosos (intencionais) foram 2.497; os latrocínios, 166 — somados, chegaram a 2.663. A secretaria contabiliza também o número de vítimas em casos de homicídios dolosos. Em 2024, foram 2.607.

Os dados indicam que não houve qualquer excepcionalidade em relação a esses números. Em 2023, as vítimas de acidentes de trânsito também foram superiores às de homicídios e de latrocínios no estado. A mesma lógica se manteve em janeiro de 2025.

Outro dado preocupante: em 2024, os homícidos dolosos tiveram uma queda de 3,78% e os latrocínios cresceram 1,22%. Já os acidentes culposos em acidentes culposos de trânsito aumentaram 6,69%. Em janeiro, cresceram 5,71% em relação ao mesmo mês de 2024.

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) trabalham com a lógica consagrada por Nelson Sargento em "Falso amor sincero", o samba do "Ela finge que me ama/ E eu finjo que acredito". O ex-presidente, ontem, reafirmou que será candidato ao Planalto. Amigos dizem que concordam.

Como ninguém quer comprar briga com Bolsonaro, todo mundo aplaude, mas quer mesmo a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Este, procura tratar bem o amigo. Depois de fazer ato com Lula há duas semanas, ontem levou o ex para passear.