Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Vídeo por anistia mostra invasoras do Planalto

Fátima de Tubarão também é outra citada no material | Foto: Reprodução/Twitter/@_Janoninho

Das oito mulheres que têm nomes e fotos exibidos em vídeo de convocação para o ato pela anistia em São Paulo, seis foram presas dentro do Palácio do Planalto durante a invasão do quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023.

A sétima, Maria de Fátima Mendonça Jacinto de Souza, de 69 anos, ficou conhecida como Fátima de Tubarão.

Em vídeo gravado durante a depredação do Supremo Tribunal Federal, ela afirmou que evacuara "nessa bosta aqui", que estava "quebrando tudo", que havia uma "guerra" e que iria "pegar o Xandão", numa referência ao ministro Alexandre de Moraes.

A oitava da lista é Débora Rodrigues dos Santos, que pichou com batom a estátua da Justiça diante do STF e está em prisão domiciliar.

 

'Patriotas'

O vídeo, que circula pelas redes sociais, tem depoimentos de nove pastores que defendem a anistia, entre eles, Silas Malafaia. Ele afirma que "patriotas" estão sendo condenados "por perseguição política". Ele e outros pastores ressaltaram o que classificam de injustiça.

Memória

Apresentada como diretora de escola, Iraci Megumi Nagoshi, de 72 anos, admitiu em depoimento que participou da invasão do Planalto. Em seu celular foram apreendidos vídeos das ações e falas em que comemorava as ações. Ela foi condenada a 14 anos.

Material cita que três são mães; outras três, avós

Palácio do Planalto foi invadido e depredado | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A prisão delas no Palácio do Planalto durante a invasão está registrada em documentos do STF.

Pelo menos quatro das oito também participaram de manifestações diante do Quartel-General do Exército que pediam golpe, então chamado de "intervenção militar".

Das mostradas no vídeo, três são citadas como avós e três como mães "de menores". Destas, apenas Débora não foi presa dentro do Planalto. O vídeo diz que ela foi condenada a 14 anos, mas seu julgamento não terminou.

O material não apresenta perfis de homens — dos que foram alvo de ações no STF pelo 8 de Janeiro, 65,45% são do sexo masculino.

Só depois

Professor de história aposentado, o deputado Chico Alencar (Psol-RJ) pesquisou e descobriu que desde os tempos em que o Brasil era colônica já foram concedidas 19 anistias por aqui. Todas, porém, ocorreram depois de julgamentos, nunca durante os processos.

Reprovação

Segundo ele, isso ajuda a explicar outro dado levantado pela Quaest, que aponta Lula como favorito para a eleição de 2026. Entre os ouvidos pela pesquisa, 56% disseram reprovar a atuação do presidente, e apenas 3% não fizeram qualquer avaliação.

Milhões de Lula

O sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, do Ipespe, observa: os 41% brasileiros que, segundo a pesquisa Quaest, aprovam o governo Lula correspondem a 64,1 milhões eleitores, pouco mais dos 60,3 milhões que votaram no petista no segundo turno de 2022.

Abstenção

O percentual dos que não sabem/não responderam é muito inferior aos 20,6% que se abstiveram de votar na última eleição presidencial. Os votos brancos e nulos somaram 4,59%. Ou seja, 25% dos brasileiros não escolheram um dos dois candidatos finalistas.