Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Tarcísio falou o que o mercado financeiro quer ouvir

Governador fez elogios ao presidente argentino | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi ontem a evento do Banco Safra e falou tudo o que a plateia do mercado financeiro queria ouvir.

Sugeriu diminuição do tamanho do Estado e corte de subsídios — e ainda elogiou o presidente argentino, Javier Milei. Segundo Tarcísio, ele está mostrando que há um caminho liberal a ser seguido.

Apesar da fala focada em questões nacionais, o governador insiste que não tentará a Presidência em 2026 e que será candidato à reeleição.

Entre os partidos de direita e de centro direita, há quase um consenso de que Tarcísio não resistirá às pressões para tentar o Planalto — a menos que Lula esteja muito forte no ano que vem.

 

Liberal Haddad

No encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), também procurou agradar o público. Elogiou o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), frisou que, neste ano, ele fará 35 concessões de estradas. Afirmou que o governo anterior só entregou cinco.

Rejeição

Um dos assuntos das conversas foi a nova pesquisa Atlas, que registra diminuição da rejeição de Lula — a diferença entre reprovação e aprovação do presidente caiu de 8,7 para 4 pontos. Apontou também que ele e Tarcísio fariam uma disputa animada pelo Palácio do Planalto.

Pesquisa aponta empates no segundo turno

Lula teria disputa equilibrada com bolsonaristas | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

De acordo com o levantamento, o presidente e o governador chegariam empatados num eventual segundo turno, com 46,7% para cada um.

O resultado indica uma concentração de votos conservadores em Tarcísio que, num primeiro turno, teria 34,3%: cresceria 12,4 pontos entre as duas rodadas. No mesmo cenário, Lula teria 42,8%; ou seja, seus votos aumentariam apenas 3,9 pontos.

A polarização também se mantém quando Michele Bolsonaro, mulher do ex-presidente, é apresentada como candidata. Ela teria 31,3% no primeiro turno; Lula, 43,3%. Na rodada final, empate: 46,4% para o presidente e 46,1% para ela.

Batom do STF

Pastor, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, perdeu as estribeiras diante de mais notícias sobre um eventual acordo entre Supremo Tribunal Federal, Senado e Câmara dos Deputados em torno de um novo projeto de anistia. "É batom na cueca do STF", afirmou.

Ingerência

Apesar de já ter reiterado que topa mudanças no projeto de anistia que está na Câmara, Sóstenes não aceita que o STF trate do processo legislativo — uma função do Congresso Nacional. Como muitos da oposição, tem reclamado do que classifica de ingerência do Judiciário.

Acordo

Sóstenes nega que tenha violado o acordo do STF com o Congresso ao ameaçar destinar apenas para parlamentares do PL emendas discutidas em comissões presididas pelo partido. Isso, para forçar a anistia. Diz que a transparência exigida pelo Judiciário será mantida.

Precedente

Obrigado pelo ministro Flávio Dino a se manifestar sobre suas declarações ao jornal O Globo, o líder do PL afirma manter o que disse. Frisa que, no máximo, descumprirá acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta — que, insiste, não respeitou trato sobre votar a anistia.