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Os realizadores de amanhã fazendo cinema hoje

Suur Toll, de Alisa Osipova (Estônia) | Foto: Divulgação

Mostrar o mundo através do cinema pelo olhar da infância e da juventude. Essa é a proposta do Festival Internacional Pequeno Cineasta (FIPC), que chega a sua 10ª edição trazendo um panorama da produção audiovisual nacional e internacional, criada exclusivamente por crianças e jovens, entre 8 e 17 anos. Confira a programação completa aqui. 

Chegando a seu último fim de semana, o festival ocupou paralelamente o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, além do Instituto Cervantes, o Jardim Botânico e a Arena Dicró, na Penha, com diferentes mostras de curtas-metragens de todos os gêneros (ficção, documentário e animação), além de uma programação gratuita de workshops, oficinas e debates.

Desde sua criação, em 2010, o FIPC já exibiu 1500 filmes, de 44 países, alcançando um público estimado de 45 mil pessoas. Assumindo mais uma vez seu compromisso com a diversidade e a representatividade cultural, em sua 10ª edição, o FIPC apresenta cerca de 80 títulos, vindos de diversos países, como Bélgica, Cabo Verde, Coréia, Espanha, Estônia, Grécia, Itália, Portugal, Argentina, Índia, Polônia, Canadá, Ucrânia, e de diversas partes do país, como Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro, que tratam sobre os principais temas da infância e da juventude sob a perspectiva de quem está vivenciando elas.

Olhar atualizado

"O grande diferencial do Festival Pequeno Cineasta é que não são adultos falando sobre as crianças e jovens. São eles falando sobre eles e do que consideram importante naquele momento, o que, a cada edição, nos traz um olhar atualizado sobre as questões que norteiam essas importantes fases da vida", diz a cineasta e produtora Daniela Gracindo, idealizadora do festival.

A experiência do isolamento forçado por conta da Covid-19, por exemplo, é um dos temas abordados, especialmente nas produções infantis, mostrando os impactos que a pandemia trouxe para essa faixa-etária. Outras questões como solidão, relação intergeracional, cultura, povos originários e respeito à diversidade, seja de gênero, raça ou religião também se destacam em diversos filmes.

"A seleção apresenta um panorama da vida, da cultura e das preocupações das crianças de hoje, nos mais diferentes tipos de família, classe social e países. Além desses temas, também observamos muitas histórias de aventura, mistério, fantasia e thrillers de terror", conta Luciana Bessa, coordenadora pedagógica do festival.

As mostras competitivas são divididas em quatro categorias: Nacional e Internacional Criança (8 a 12 anos); Nacional e Internacional Jovem (13 a 17 anos). Todas serão exibidas no CCBB e parte delas nos outros pontos culturais da cidade (ver programação completa abaixo). Ao fim de cada sessão, o público (apenas crianças de 8 a 17 anos) pode votar em seu preferido em cada uma delas. Além do Júri Popular, os filmes também são analisados por um Júri Oficial.

Fora de competição, o FIPC apresenta mais três mostras: Mostra Sustente Sua História, com curtas nacionais e internacionais que abordam temas ambientais; Mostra Oficina Pequeno Cineasta, exibida no CCBB e na Arena Dicró, apresentando filmes feitos por alunos da oficina homônima, ministrada por Daniela Gracindo ao longo do ano; além de uma Mostra Especial Hispânica, realizada no Instituto Cervantes.

Para crianças e jovens entre 10 e 17 anos, o festival promove duas oficinas. Na "Oficina de Animação Ambiental", ministrada por Dudu Guimas; e "Oficina Claquete", ministrada por Felipe Leibold.

A cerimônia de encerramento acontece neste domingo (19), no CCBB, com a premiação e exibição dos filmes vencedores em sessão aberta ao público.