Os números são alarmantes: segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2025, 31% dos brasileiros vivem com obesidade, enquanto 68% da população está com excesso de peso. A projeção é ainda mais preocupante, com estimativas de que, até 2030, a obesidade cresça 33,4% entre os homens e 46,2% entre as mulheres. Diante desse cenário, a sociedade precisa agir com urgência, promovendo campanhas educativas que incentivem hábitos saudáveis, sem cair na armadilha de normalizar a obesidade sob a justificativa de combater a gordofobia.
A luta contra a discriminação das pessoas obesas é fundamental, mas não pode ofuscar a realidade dos impactos do excesso de peso na saúde. Trata-se de uma questão que vai muito além da estética: é um problema de saúde pública, com dados científicos que comprovam sua relação direta com doenças graves, como diabetes tipo 2, hipertensão, doenças cardiovasculares e AVC. Em 2021, 60,9 mil mortes prematuras no Brasil foram atribuídas a doenças crônicas não transmissíveis relacionadas ao sobrepeso e à obesidade.
A solução passa pela educação nutricional e pelo incentivo às atividades físicas. Hoje, entre 40% e 50% dos adultos brasileiros não praticam exercícios na frequência e intensidade recomendadas. Campanhas eficazes devem alertar para os riscos da obesidade, sem culpa ou estigma, mas com base em informação científica, promovendo escolhas mais saudáveis desde a infância.
Não se trata de impor padrões estéticos inalcançáveis, mas de garantir que as pessoas tenham acesso ao conhecimento e às condições necessárias para evitar o adoecimento precoce.