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Angra 1 é desligada do SIN

Angra 1 é desligada para recuperar turbina da usina nuclear | Foto: Divulgação

A Eletronuclear divulgou nota na noite de terça-feira, dia 16, que a Usina Angra 1 passa por um desligamento controlado do Sistema Interligado Nacional (SIN) para a realização de um reparo na turbina da usina. A redução de carga da unidade teve início na terça-feira, após profissionais da empresa detectarem problemas técnicos em uma das válvulas de bloqueio de vapor do circuito secundário.

A empresa ressalta que o problema está sendo apurado e não gerou qualquer tipo de risco aos trabalhadores, ao meio ambiente, à população e à segurança nuclear.

A Usina deve permanecer fora do Sistema Interligado Nacional (SIN) até finalização da manutenção do equipamento, visando dar continuidade à segurança e alta performance de Angra 1. Não foi informada previsão de quando a operação retorna ao normal. A Eletronuclear informou a parada para o Operador Nacional do Sistema Elétrico e a Comissão Nacional de Energia Nuclear.

Falha mecânica

Na mesma nota,a empresa esclareceu que, no último sábado, dia 13, houve uma falha mecânica em uma das bombas de água de alimentação principal para os geradores de vapor de Angra 1. "É importante destacar que o evento do final de semana - que não provocou desligamento da usina - não tem relação com o episódio mais recente desta terça-feira, dia 16", diz um trecho da nota.

Devido o problema ocorrido no dia 13, uma bomba de água precisou ser desligada e, seguindo procedimentos operacionais, a carga do reator da usina foi reduzida para 48% até o domingo (14), conforme programação com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). "O episódio também ocorreu no circuito secundário, ou seja, sem nenhum perigo radiológico envolvido", informou a empresa.

Usina Angra 1

Angra 1 foi a primeira usina nuclear brasileira a entrar em funcionamento, em 1985, e opera com um reator de água pressurizada (PWR), o mais utilizado no mundo. Com 640 megawatts de potência, Angra 1 gera energia suficiente para suprir uma cidade de 1 milhão de habitantes, como Porto Alegre ou São Luís.

Nos primeiros anos de sua operação, Angra 1 enfrentou problemas com alguns equipamentos que prejudicaram o funcionamento da usina. As questões foram sanadas em meados da década de 1990, fazendo com que a unidade passasse a operar com padrões de desempenho compatíveis com a prática internacional. Recorde no ano passado

Em 2023, Angra 1 bateu o recorde de maior geração de energia em um mês de toda a sua história. A unidade produziu em janeiro 485.033,504 megawatts-hora (MWh), superando sua melhor marca, obtida em julho de 2021, de 483.794,225 MWh.

Atualmente, a Eletronuclear trabalha para conseguir a renovação da Licença de Operação de Angra 1 até 2044. Ainda em em 2019, a empresa pediu a renovação da licença da usina à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Em dezembro do ano passado, foi entregue ao órgão regulador nuclear nacional o relatório da terceira reavaliação periódica de segurança da planta nuclear. Trata-se do último relatório entregue antes da avaliação do pedido.

A Eletronuclear vem desenvolvendo uma série de medidas e avaliações técnicas para permitir que a primeira usina nuclear do país opere por mais 20 anos com eficiência e segurança. Como consequência, é possível manter a capacidade de geração de energia elétrica de uma fonte limpa e segura, sem construir um novo empreendimento para suprir a energia gerada por Angra 1.

Além disso, ações referentes ao licenciamento ambiental para o período de operação de longo prazo de Angra 1, bem como das demais unidades da Central Nuclear, estão sendo negociadas com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

 

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