Por: William França

BRASILIANAS | Atenção: veículos serão leiloados em 60 dias, após a apreensão

O Detran-DF realizava leilões esporádicos. Agora serão regulares | Foto: Divulgação/Detran-DF

Dinâmica de negócios da empresa que administra os pátios de veículos apreendidos é não deixar veículos parados além de dois meses

"Brasilianas" conversou ontem com o CEO do Consórcio Via Brasília Segura, Rudival Júnior, para entender o que muda com a gestão dos pátios de apreensão pela iniciativa privada. A alteração mais notável é que os carros, motos ou caminhões apreendidos terão exatos 60 dias para serem retirados, antes de serem colocados à venda por leilão.

Antes, os veículos ficavam se acumulando nos pátios do Detran-DF e do DER-DF até mesmo por anos, em meio ao mato e sendo degradados pelo tempo, se tornando sucatas. Não havia um tempo certo para a realização dos leilões.

"Agora, o proprietário do veículo tem até 60 dias para retirar o seu bem. No dia 61, o veículo já passa a ser disponibilizado numa lista para o próximo leilão que for feito", explicou Rudival.

Chance até o último minuto

Mas ainda há uma última chance para o proprietário: ainda que o carro esteja disponível para o leilão, o dono do veículo ainda pode retirar o veículo até momentos antes do certame. Depois disso, se for vendido no leilão, ele perde a propriedade do veículo. Mas atenção: isso não significa que terá as dívidas quitadas.

"Para simplificar: o veículo que está apreendido conosco só é liberado com o CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo) atualizado, juntamente com um documento que identifique o real proprietário. E para ter o CRLV atualizado, tem que estar com todas as dívidas quitadas", explicou o CEO.

A conta é simples: o valor obtido com o leilão é abatido da dívida que o veículo tem com o GDF (seja IPVA, licenciamento ou multas, por exemplo). Se o valor obtido no leilão não for suficiente para quitar tudo o que é devido, o proprietário continua um devedor perante o governo. E, se não pagar, esse saldo vai para a Dívida Ativa, vinculada ao CPF do responsável. Daí ele passa a ter uma série de restrições em crediários ou mesmo na obtenção de documentos oficiais.

E se acontecer o contrário, no caso de o leilão superar o valor das dívidas que levaram o veículo ao depósito, a diferença é ressarcida ao proprietário. Mas são casos raros.

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Preço dos serviços praticados pela empresa responsável pelo pátio de apreensão de veículos | Foto: Consórcio Via Brasília Segura

Pagamentos poderão ser parcelados

Para facilitar que os proprietáros quitem as dívidas, Rudival disse que o consórcio pretende implantar, em conjunto com uma empresa operadora de crédito, uma forma para que o proprietário possa parcelar suas dívidas. Hoje, o GDF não tem essa modalidade.

A intenção do consórcio gestor dos pátios de apreensão é "dar giro" e não tornar-se um depósito. A dinâmica de recolher por apenas 60 dias e em seguida fazer o leilão é para evitar esse acúmulo.

O consórcio dispõe de um site próprio no qual podem ser consultados os veículos apreendidos, os valores que estão em débito e que precisam ser quitados. O endereço é www.viabrasiliasegura.com.br .