Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Oposição já pensa em alternativa à anistia

Em outubro, Bolsonaro foi ao Senado discutir anistia | Foto: Pedro França/Agência Senado

O assunto não vai ser levantado agora para não enfraquecer a já combalida campanha pela anistia de envolvidos em tentativas golpistas, abalada pelo atentado da semana passada.

Mas começa a circular entre parlamentares de oposição a ideia de uma saída alternativa: a diminuição das penas previstas pelo Código Penal para os crimes de Golpe de Estado e de Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito.

Incluídos na lei em 2021, durante o mandato de Jair Bolsonaro na Presidência, os crimes preveem até, respectivamente, 12 e oito anos de detenção.

Os dois artigos são os responsáveis pelo maior peso nas penas aplicadas pelo Supremo Tribunal Federal para condenados pelo 8 de Janeiro.

 

Retroatividade

Como a legislação brasileira prevê retroatividade apenas nos casos capazes de favorecer réus ou condenados, a diminuição das penas previstas nos tais artigos beneficiaria a maioria dos condenados pelo STF — muitos deles pegaram até 17 anos de cadeia.

Bola da vez

O longo tempo de cadeia determinado pelo STF tem sido um dos principais argumentos pela anistia. A mudança favoreceria os condenados, mas pouco aliviaria a situação de Bolsonaro, que, ao que tudo indica, receberá penas pesadas, por diferentes crimes.

Fernanda cita Selton: 'Filme é o corpo de Rubens Paiva'

Equipe de "Ainda estou aqui" em Los Angeles | Foto: Foto de leitor

Em sessão de "Ainda estou aqui" realizada no último fim de semana, no Aero Theater, em Los Angeles, Fernanda Torres citou uma frase de Selton Mello para definir o longa-metragem: o filme é o corpo do ex-deputado Rubens Paiva (1929-1971).

Ele foi sequestrado, torturado, morto e desaparecido pela ditadura — "Ainda estou aqui" conta parte da sua história.

Muito aplaudido pela plateia, o filme está sendo exibido em pré-estreias promocionais que têm o objetivo de facilitar sua indicação para o Oscar. A sessão contou com as presenças de Fernanda, Selton, do diretor, Walter Salles, e de um dos roteiristas, Heitor Lorega.

Cronologia

Uma revelação feita por Salles surpreendeu o público. Para aumentar o grau de envolvimento dos atores, todas as sequências foram gravadas em ordem cronológica, como aparecem no filme. Até por questões de economia, a prática não é comum no cinema.

Despedidas

A cena em que Paiva (Selton) é levado por agentes da ditadura para nunca mais ser visto foi a última ser gravada pelo ator. O elenco não voltou à casa que serve de cenário para a maior parte dos takes depois que as imagens da despedida do imóvel pela família foram feitas.

Diferenças

Integrante da CPI da Manipulação de Resultados, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) diz não ver o risco de sobreposição de trabalhos com a criação da CPI das Apostas. Para ele, a nova CPI é focada em saúde mental dos apostadores, organizações criminosas e sonegação.

Extradição

Portinho comemora a confirmação da prisão, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, de Willian Rogatto, que, na CPI, confessou ter manipulado resutados de muitos jogos — é chamado de "Rei do Rebaixamento". Frisou que sua extradição já foi pedida.