Por Redação
Na manhã desta segunda-feira, 10 de março, três desplacamentos de rochas foram registrados na localidade do Ingá, no distrito da Posse. Embora as imagens divulgadas nas redes sociais tenham gerado preocupação, a Defesa Civil de Petrópolis informou que nenhum imóvel foi atingido. Também foi informado que a área já estava interditada e equipes estiveram no local fazendo vistorias.
Esse tipo de incidente não é novo na região. Em dezembro de 2023 e janeiro de 2024, deslizamentos de rochas também ocorreram, afetando seis imóveis e interrompendo o tráfego em algumas vias. Uma pessoa foi atendida com ferimentos leves no posto de saúde local.
O prefeito Hingo Hammes esteve na região ao lado do secretário de Proteção e Defesa Civil, Guilherme Moraes, da secretária de Assistência Social, Adriana Kreisher e do vereador Marquinhos Almeida. "A ocorrência de desplacamentos de rochas acontece devido aos processos intempéricos que são: chuva, vento, sol, variações de temperatura, entre outros, que aos poucos desgastam e enfraquecem o material. Nossas equipes continuam acompanhando a situação", explicou o secretário de Proteção e Defesa Civil, Guilherme Moraes.
De acordo com a Prefeitura, desde 2014, 85 imóveis estão interditados na localidade e 56 famílias, que têm direito ao benefício, estão incluídas no Aluguel Social. "Esse não é um problema recente, há anos a região enfrenta episódios como esse. Estamos analisando todo o histórico do local e avaliando as melhores soluções para garantir mais segurança e estabilidade para os moradores. Nosso compromisso é acompanhar de perto cada situação e atuar de forma responsável para proteger nossa população. Seguimos trabalhando", disse o prefeito Hingo Hammes.
Problema histórico
A localidade do Ingá, no 5º distrito de Petrópolis, enfrenta casos de deslizamentos de rochas desde 2014. Na época, pedras grandes rolavam pela Rua Oswaldo Perlingeiro, na Estrada da Pedreira, o que causou a evacuação de aproximadamente 300 moradores, que ouviram o estrondo do descolamento das rochas. Desde então, a Defesa Civil tem monitorado a área de perto. Sete imóveis foram interditados, e um terreno foi declarado como impróprio para construção, para garantir a segurança das famílias.
Deslizamentos em 2019
Em 2019, novos deslizamentos de rochas foram registrados no local. De acordo com a Defesa Civil à época, seis casas foram atingidas na Estrada da Pedreira e não houve feridos. Cerca de 40 imóveis foram interditados preventivamente pela Defesa Civil em um raio de 500 metros.
O Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ) emitiu uma nota técnica sobre o caso. O órgão estadual recomendou a manutenção da interdição das moradias procedida pela Secretaria de Defesa Civil e Ações Voluntárias da prefeitura de Petrópolis na localidade. A nota técnica do DRM explicou que "a queda de blocos rochosos do maciço é um processo natural inerente à evolução geomorfológica". Os geólogos apontam que "trata-se de um processo natural contínuo, sendo a área em questão suscetível a novas quedas e deslizamentos de rocha".
Incidentes mais recentes
Em 19 de janeiro de 2022, um deslocamento de pedras atingiu quatro imóveis no Ingá. Não houve feridos, a área foi isolada e as famílias se deslocaram para a casa de familiares. No dia 23 de dezembro de 2023, a Defesa Civil foi acionada para atender uma ocorrência de desplacamento de rochas na Rua Noêmia Rattes, na Posse. Cinco imóveis foram afetados, que já estavam interditados pelo órgão. Três vias próximas também foram interditadas por medida de segurança. Os moradores foram orientados a evacuar suas residências, contando com o apoio da equipe da Secretaria de Assistência Social, que esteve no local auxiliando as famílias. Estas foram encaminhadas para casas de parentes e amigos.
Em janeiro de 2024, no dia 22, um novo desplacamento ocorreu na Avenida Noêmia Alves Rattes. Às 5h, bombeiros foram acionados, que verificaram que o deslizamento de pedra atingiu uma casa e acionou a Defesa Civil do município.
Em entrevista ao jornal Correio Petropolitano, uma moradora da região, que preferiu não se identificar, informou que o barulho do desplacamento de rochas foi assustador. Segundo ela, as paredes e o chão da casa tremeram, e o estrondo foi muito alto. Como o rolamento de rochas aconteceu de madrugada, os moradores não sabiam ao certo o que estava acontecendo.
Para dar suporte às famílias da região, uma base de atendimento foi montada na Praça do Céu da Posse, onde cerca de 40 famílias foram cadastradas para o Aluguel Social, um programa de apoio da Prefeitura de Petrópolis, que visa oferecer uma alternativa temporária para as famílias afetadas.