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Alunos ficam à mercê após suspensão de transporte oferecido pela Eletronuclear

Ônibus atendiam universitários de Angra dos Reis, Barra Mansa e Volta Redonda | Foto: Reprodução/Ônibus Brasil

Por Ana Luiza Rossi

Os ônibus que atendiam centenas de alunos para as universidades da região da Costa Verde e Médio Paraíba, oferecidos pela Eletronuclear, foram suspensos. A decisão da estatal, segundo nota publicada nesta segunda-feira (10), faz parte das medidas de austeridade e do equilíbrio financeiro da empresa, que reduziu a frota própria e priorizou os ônibus contratados para o atendimento do Plano de Emergência Local e transporte dos empregados para o trabalho.

Ao Correio Sul Fluminense, a assessoria de imprensa da Eletronuclear afirmou que havia tentado até o fim de janeiro reverter a situação, mas não conseguiu manter o benefício. Por isso, os demais atendimentos não essenciais às atividades da empresa foram suspensos.

- A Eletronuclear lamenta o impacto da situação e reforça que, até o final de janeiro, buscou alternativas para a manutenção do serviço. No entanto, qualquer possibilidade esbarraria no descumprimento das diretrizes de segurança do Plano de Emergência Local, que deve ser rigorosamente seguido - afirmou a nota.

Alunos em desespero

Os alunos, no entanto, além de ficarem sem o transporte, também levantaram a falta de comunicação prévia da empresa, que os avisou em um grupo de WhatsApp no último dia 31 - que, para alguns alunos, faltava literalmente menos de uma semana para o início das aulas. Além de Angra dos Reis, o transporte também ia até Barra Mansa e Volta Redonda.

- As minhas aulas só começam no dia 24 de março, mas a maioria dos meus amigos da faculdade particular começaram as aulas essa semana - afirmou Gabriela Lábio. A estudante, que mora na divisa de Angra dos Reis com Paraty, utilizava o serviço para chegar até o curso de Administração na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Volta Redonda.

Ela explicou que investiam cerca de R$180,00 mensais para realizar a locomoção. Os alunos, desesperados por uma nova condução, orçaram com outras empresas de transporte e, caso decidam por fechar, terão que desembolsar valores entre R$900 e R$1.300 reais. "Como vamos pagar mil reais de transporte para nossos filhos estudarem se já temos que pagar a mensalidade da faculdade? É revoltante", afirmou a mãe de um usuário do transporte.

Manifestação na Câmara

Ainda, segundo o jornal Brasil de Fato, estaria prevista uma manifestação dos alunos na Câmara Municipal de Angra dos Reis, nesta quinta-feira (13), juntamente com o sindicato dos trabalhadores do transporte que também foram surpreendidos com a suspensão do serviço. Outra reinvindicação, seria para a prefeitura disponibilizar um ônibus adicional para o Parque Mambucaba, onde a demanda é maior.

Apesar da prefeitura de Angra dos Reis contar com o Programa Transporte Social Universitário, foi necessário participar de um processo seletivo para inscrição que já está encerrado desde o dia 30. Ainda, as vagas não seriam suficientes para suprir a quantidade de alunos que ficaram sem o transporte.

O Correio Sul Fluminense entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura para entender se há alguma tratativa com a Eletronuclear ou alternativa para os alunos prejudicados. No entanto, até o fechamento desta reportagem, por volta das 20h, não houve retorno. O jornal mantém o espaço para manifestação dos envolvidos.