Por: Affonso Nunes

A grande festa do nosso teatro

Em sua 35ª edição, o Prêmio Shell contempla a execlência na cena teatral brasileira | Foto: Divulgação

O Prêmio Shell de Teatro, a mais importante e tradicional premiação do teatro brasileiro, anuncia os vencedores de sua 35ª edição nesta terça-feira (18), no Teatro Riachuelo. Reconhecendo a excelência da cena teatral, a premiação contempla espetáculos que fizeram temporada no Rio de Janeiro e em São Paulo ao longo de 2024. Além disso, reafirma seu compromisso com a diversidade e abrangência das artes cênicas ao premiar, na Categoria Destaque Nacional, produções de todas as regiões do país.

Na parte carioca da premiação, Dadado de Freitas e Mauricio Lima são os favoritos ao prêmio de melhor dramaturgia pelo espetáculo "Arqueologias do Futuro". A dupla também tem grandes chances de ganhar o Shell na categoria direção.

Apontado pela crítica como o maior ator brasileiro em atividade, o veterano Othon Bastos deverá ser consagrado como melhor ator pelo autobiogáfico "Não me Entrego, Não!". Andréa Beltrão é nome forte para o troféu de melhor atriz por sua atuação em "Lady Tempestade".

Nas categorias técnicas, o júri regional deve apontar como vencedores Marieta Spada por "Um Filme Argentino" (cenário); Claudia Schapira por "Améfrica: Em Três Atos" (figurino); Adriana Ortiz por "Um Filme Argentino" (iluminação); e Dani Nega por "Eu Sou um Hamlet" (música)

Com apresentação de Renata Sorrah e Clayton Nascimento, a cerimônia prestará homenagem à Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, que há mais de quatro décadas mantém uma trajetória ininterrupta de criação e resistência. Pela primeira vez, o Shell homenageia um único grupo, escolhido pelo conjunto de jurados de todas as regiões do Brasil. A direção e o roteiro da cerimônia são assinados por Zélia Duncan.

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O reconhecimento do talento

Não Me Entrego, Não! | Foto: Divulgação

Ao longo de 35 edições, o Prêmio Shell de Teatro consolidou-se como a mais prestigiosa celebração das artes cênicas no Brasil. A cada ano, suas indicações e premiações não apenas reconhecem talentos e espetáculos marcantes, mas também ajudam a contar a história do teatro brasileiro, registrando sua evolução e seus grandes momentos.

A edição deste ano conta com um corpo de jurados composto por renomados profissionais das artes cênicas. No Rio de Janeiro, fazem parte do júri Ana Luisa Lima (professora, produtora e gestora cultural), Biza Vianna (figurinista, diretora de arte e produtora cultural), Daniele Ávila (artista de teatro, crítica e curadora), Leandro Santanna (produtor cultural, gestor público e ator) e Paulo Mattos (curador e produtor cultural).

Já em São Paulo, avaliam os espetáculos Evaristo Martins de Azevedo (crítico de arte), Ferdinando Martins (professor e crítico de arte), Lucelia Sergio (atriz, diretora e dramaturga), Luiz Amorim (ator, diretor e gestor em produção cultural) e Maria Luisa Barsanelli (jornalista).

Os espetáculos concorrentes na categoria "Destaque Nacional" foram analisados por um júri formado por representantes de diferentes estados brasileiros: Dane de Jade (atriz, pesquisadora e gestora cultural - Ceará), Giovana Soar (atriz, diretora, tradutora e curadora - Paraná), Guilherme Diniz (pesquisador, crítico cultural e professor - Minas Gerais) e Marcio Meirelles (encenador, dramaturgo e gestor cultural - Bahia).

Os indicados do Prêmio Shell RJ

DRAMATURGIA

Dadado de Freitas e Mauricio Lima por "Arqueologias do Futuro"

Pedro Brício por "Um Jardim para Tchekhov"

Pedro Emanuel e Vinicius Arneiro por "Língua"

Silvia Gomez por "Lady Tempestade"

DIREÇÃO

Adriana Schneider, Cátia Costa e Mar Mordente por "Um Pássaro Não É Uma Pedra"

Dadado de Freitas e Mauricio Lima por "Arqueologias do Futuro"

Pedro Sá Moraes por "Hereditária"

Yara de Novaes por "Lady Tempestade" e por "Prima Facie"

ATOR

Édio Nunes por "Professor Samba: uma homenagem a Ismael Silva"

Márcio Vito por "Claustrofobia"

Othon Bastos por "Não me Entrego, Não!"

Renato Livera por "Deserto"

ATRIZ

Ana Marlene por "Egoísta"

Andrea Beltrão por "Lady Tempestade"

Débora Falabella por "Prima Facie"

Débora Lamm por "Último Ensaio"

CENÁRIO

André Cortez por "Vital, o Musical dos Paralamas"

Beli Araujo e Cesar Augusto por "Claustrofobia"

Marieta Spada por "Um Filme Argentino"

Ricardo Siri por "Hereditária"

FIGURINO

Carla Costa por "Amor de Baile"

Claudia Schapira por "Améfrica: Em Três Atos"

Fábio Namatame por "Alguma Coisa Podre"

Karen Brustolin por "A Vedete do Brasil"

ILUMINAÇÃO

Adriana Ortiz por "Um Filme Argentino"

Dadado de Freitas por "Arqueologias do Futuro"

Fabiano Diniz por "Memórias de Terra e Água"

João Gioia e Renato Livera por "Sidarta"

MÚSICA

Beà Ayòóla por "Amor de Baile"

Dani Nega por "Eu Sou um Hamlet"

Eugênio Lima por "Améfrica: Em Três Atos"

Morris por "Prima Facie"

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