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Apesar de Petrobras, bolsa fecha estável

Após o inesperado prejuízo de R$ 17 bilhões no quarto trimestre de 2024, Petrobras foi o nome do jogo no pregão desta quinta-feira, 27. Mas, a despeito da forte correção em ambos os papéis da empresa (ON -5,56%, PN -3,53%) e do desempenho negativo da principal ação do índice (Vale ON -0,74%), o Ibovespa resistiu e conseguiu fechar a sessão estável ( 0,02%), aos 124.798,96 pontos.

O giro nesta penúltima sessão do mês foi reforçado a R$ 28,8 bilhões. Na semana, acumula perda de 1,89% e, no mês, cede 1,06% - o que limita o avanço do índice a 3,75% no ano. E os índices de ações em Nova York fecharam com perdas de 1,59%, para o S&P 500, e de 2,78%, no Nasdaq - mais discretas para o Dow Jones, em baixa de 0,45% na sessão.

"Trump causou mais uma tempestade em sua conta no Truth Social rede social usada pelo presidente americano, proclamando que as tarifas sobre o Canadá e o México entrarão em vigor, conforme planejado, na próxima semana", diz em nota Matthew Ryan, head de estratégia de mercado da Ebury.

"Os mercados foram pegos de surpresa, aparentemente devido à crença de que essas tarifas seriam novamente adiadas ou ao menos atenuadas em relação às ameaças iniciais do presidente."

"Muitos analistas esperavam que as tarifas seriam uma espécie de moeda de troca do governo Trump para conseguir concessões de parceiros comerciais, especialmente do Canadá e do México, em questões domésticas", diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Ele observa que a política de tarifas segue "firme", em implementação. E destaca que o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, indicou que um estudo abrangente sobre tarifas será publicado em 1º de abril, o qual definirá a política tarifária para todos os países com os quais os EUA mantêm relações comerciais.

No plano microeconômico, o destaque negativo da sessão ficou com os resultados trimestrais da Petrobras, divulgados na noite anterior, com prejuízo de R$ 17,04 bilhões quando se esperava lucro perto de R$ 30 bilhões para o intervalo, aponta Felipe Papini, sócio da One Investimentos.