O vértice longo dos juros futuros, que subiu 11 pontos-base, renovou máxima após o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, mencionar o que o governo anunciará medidas para conter a inflação de alimentos. Para o mercado, há risco de a iniciativa prejudicar a sustentabilidade da dívida pública. Já o restante da curva fechou mais perto dos ajustes, à espera da divulgação, amanhã, do PIB do 4º trimestre (4T24) e do payroll dos EUA.
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou a 14,815%, de 14,805% no ajuste anterior, e o DI para janeiro de 2027 subiu para 14,820%, de 14,775%. Já o DI para janeiro de 2029 avançou para 14,880%, de 14,775% no ajuste de ontem.
A Secom afirmou que a reunião com empresários do setor de alimentos começou no fim da tarde, sob coordenação do ministro do MDIC e vice-presidente, Geraldo Alckmin. Além dele, também participam os ministros Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário).
Mais cedo, Fávaro afirmou que Lula anunciaria ainda hoje as medidas. Para o gestor de renda fixa da Porto Asset, Gustavo Okuyama, tal expectativa "reacende a discussão, que tem ganhado força nas últimas semanas, sobre a sustentabilidade da dívida pública e a possibilidade de que o governo aumente os gastos, enquanto o mercado ainda entende que este tema é muito sensível".
"Temos visto preocupação do mercado sobre a direção do governo, que talvez esteja optando mais pelo apelo da popularidade em detrimento das pautas que o mercado vê como importante", afirma Okuyama, da Porto.