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CNI: desaceleração é preocupante

Apesar de considerar positiva a alta de 3,4% do PIB em 2024, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) demonstra preocupação com a redução do ritmo de crescimento no último trimestre do ano em relação aos três meses anteriores. A avaliação consta em uma nota divulgada nesta sexta-feira (7).

O segmento industrial reconhece que os resultados alcançados em 2024 se devem a políticas voltadas para a reindustrialização, como a Nova Indústria Brasil (NIB) e as ações concretas de financiamento promovidas por entidades como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

A CNI pondera, no entanto, que é preciso ter atenção com o cenário esperado para este ano, sobretudo em meio à política monetária contracionista adotada pelo Banco Central e às discussões sobre medidas protecionistas internacionais, especialmente as que foram anunciadas recentemente pelos Estados Unidos.

A entidade também reforça a importância de o governo adotar medidas que contribuam para a racionalidade dos gastos públicos, além de um maior rigor nas ações de todos os Poderes públicos com relação a novas despesas.

"Precisamos buscar o equilíbrio fiscal, com atenção às despesas, uma vez que a carga tributária já está no limite, principalmente para o setor industrial que é o mais sobrecarregado do país em relação a tributos. Nesse sentido, reiteramos a necessidade de um pacto nacional para dissipar expectativas negativas e imprimir ao país um novo ciclo de expansão inclusivo e duradouro", disse o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Alban alerta ainda para a importância de o Congresso Nacional aprovar projetos legislativos focados na captação de investimentos para a infraestrutura brasileira, como a Lei do Licenciamento Ambiental, a Lei Geral de Concessões, a modernização do setor elétrico e a atualização do Lei do Bem, que concede incentivo fiscal para indústrias que investem em inovação tecnológica, mas condena a PEC que acaba com a chamada escala 6×1 e reduz a jornada de trabalho semanal.