O Governo do Distrito Federal assinou um Acordo de Cooperação Técnica com a Casa da Arquitectura (CA), localizada em Matosinhos, Portugal. O acordo visa o compartilhamento dos acervos do arquiteto e urbanista Lúcio Costa, responsável pelo Plano Piloto de Brasília, guardados na instituição portuguesa, com os materiais do Arquivo Público de Brasília (ArPDF). Ambos os acervos serão digitalizados e disponibilizados em plataformas online para facilitar o acesso e promover a pesquisa.
Portugal
Ao Correio da Manhã, o diretor executivo da Casa da Arquitectuta , Nuno Sampaio, conta que, desde 2021 a instituição cuida de cerca de 11 mil arquivos que foram doados à casa pela própria família de Lúcio Costa. Agora, explica, todos os arquivos são tratados e então transferidos, gradualmente, para o acervo digital.
O acordo sela esse compromisso e pretende tornar mais rápido o processo de digitalização, que já está disponível no site português. Ainda, os 11 mil arquivos serão compartilhados para serem inseridos em plataforma própria.
“Esse processo envolve a recuperação dos materiais físicos por meio do tratamento arquivístico, que compreende ordenação, classificação, descrição e conservação. Após a estabilização dos documentos por meio de tratamentos preventivos, ocorre o compartilhamento”, pontua.
Para Nuno, Lúcio Costa é símbolo da arquitetura moderna. "É um modernista e projetou algo novo para a época. Muitas das preocupações expressas em seus projetos continuam atuais, abrangendo temas como sustentabilidade ambiental, questões sociais e econômicas. O estudo da sua obra ainda pode proporcionar grandes lições para o futuro da arquitetura contemporânea”.
Brasília
O Arquivo Público de Brasília, por sua vez, está na posse de cerca de mil documentos, que serão compartilhados com Portugal. O coordenador de Arquivo Permanente, Hélio Junior, fala com orgulho dos arquivos raros e individuais.
“O Arquivo Público custodia atualmente os projetos originais de Lucio no âmbito da Novacap. Neste fundo documental, existem diversas fotos de momentos marcantes como a conversa entre o urbanista e [o presidente] Juscelino [Kubitschek]” no meio do cerrado onde mais tarde se construiria Brasília.
Além disso, o arquivista destaca que o acordo é uma oportunidade para as duas instituições trocarem experiências e compartilharem técnicas de restauração e difusão.
“A tecnologia é muito volátil e sempre queremos melhorá-la. Por isso, precisamos aprender uns com os outros”.
Ressalta que os interessados em acessar o arquivo público Lúcio Costa do ArPDF precisam previamente entrar em contato com os profissionais do Arquivo para realizarem o acesso.
