A população negra do Distrito Federal receberá um importante investimento internacional para ampliar o acesso à saúde. O projeto “Conectando Saúde e Inclusão”, desenvolvido pela Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus-DF), foi selecionado pelo Fundo de Apoio aos Afrodescendentes da Espanha e receberá um financiamento de 200 mil euros para investir em tecnologia, capacitação e políticas públicas voltadas à equidade no atendimento.
Nesta terça-feira (18), a implementação do projeto foi discutida em uma reunião entre a titular da Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejus), Marcela Passamani, representantes da pasta e uma comitiva de autoridades espanholas, que incluiu membros do governo da Espanha, da Embaixada da Espanha no Brasil e do Itamaraty. O encontro marcou um passo fundamental para a redução das desigualdades no acesso à saúde da população negra, que representa 58,3% dos habitantes do DF (cerca de 1,8 milhão de pessoas) e enfrenta desafios como barreiras estruturais no SUS e maior incidência de doenças crônicas.
Tecnologia e inclusão
Um dos principais eixos do projeto é o desenvolvimento de um aplicativo inovador, que oferecerá assistência direcionada à população negra. A ferramenta contará com georreferenciamento de unidades de atenção primária especializadas no tratamento de doenças mais comuns a esse grupo no DF, além de disponibilizar informações detalhadas sobre sintomas, diagnóstico e tratamentos das enfermidades.
O aplicativo também oferecerá orientação sobre medicamentos específicos e os locais onde podem ser encontrados e disponibilizará cartilhas educativas sobre prevenção e cuidados em saúde, considerando a realidade da população negra.
Além disso, está prevista a realização do Seminário Internacional “Saúde, Tecnologia e Prevenção: Desafios e Inovações para a População Negra”, que reunirá pesquisadores, médicos e especialistas internacionais para compartilhar avanços científicos e diretrizes sobre a saúde da população negra.
O plano de trabalho do projeto já foi enviado à Espanha e aguarda aprovação formal para que a execução tenha início. A previsão é de que as ações se iniciem já a partir de junho, segundo as autoridades espanholas que participaram da reunião. A iniciativa é resultado da parceria entre a Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID) e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde e outros órgãos estratégicos.