Por: Thamiris de Azevedo

UnB entra em greve

Biblioteca fechada por causa da paralisação | Foto: Divulgação/UnB

Os servidores técnico-administrativos da Universidade de Brasília (UnB) anunciaram greve por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sinftub), o ato foi motivado pela negativa do Ministério de Gestão e Inovação (MGI) em realizar a manutenção de um pagamento adicional, garantido em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao Correio da Manhã, o sindicato explica que os grevistas atuam em laboratórios, secretarias, bibliotecas estudantis e departamentos da universidade. Durante a assembleia, todos os profissionais decidiram aderir à greve, menos aqueles que atuam em serviços considerados essenciais para assistência e segurança estudantil.

URP

Ano passado, diz o Sintfub, os servidores já haviam se manifestado e entrado em greve pelo mesmo motivo. Trata-se do pagamento referente à Unidade de Referência de Preço (URP) em 26,05% na folha de pagamento. O direito ao recebimento da parcela foi confirmado em 2024 por decisão do STF, mas o sindicato afirma que o ministério não liberou os recursos para o pagamento.

“Reivindicamos o cumprimento imediato da decisão judicial transitada em julgado, em novembro de 2024. O MGI e a AGU fazem uma reinterpretação no intuito de subverter a decisão do STF e absorver os 26,05% nos futuros aumentos. Ou seja, na prática, impedem que os reajustes conquistados nas negociações com o governo sejam implementem como correção salarial, e não inclui os servidores novatos e aposentados que estão sem receber a URP”, afirma.

A URP existe desde 1989. No entanto, depois da decisão judicial deixou de ser uma referência e passou a fazer parte dos salários da categoria.

“Se essa parcela for suprimida representará uma perda muito grande na renda dos servidores da UnB, o que coloca em risco o quadro e o próprio funcionamento da Universidade, que já vem enfrentando dificuldades diante da evasão de funcionários”, diz o sindicato.

O Correio tentou contato com o MGI, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

Em nota, a Unb confirma que a biblioteca está fechada, mas garante que os serviços essenciais estão em funcionamento para garantir a retomada do semestre letivo hoje, 24 de março.

“A UnB reconhece e respeita o direito de greve dos servidores técnicos da instituição e mantém diálogo com a categoria. Estão mantidos os serviços essenciais, como pagamentos, segurança patrimonial, laboratórios de pesquisa que tratem de alimentação e o bem-estar de animais, plantas e culturas, e manutenção de criogenia, além da continuidade dos programas de assistência estudantil”.