O Carnaval de Salvador, além de ser um grande espetáculo de música e cultura, se destaca também como exemplo de sustentabilidade e inclusão social. O projeto EcoFolia Solidária, que apoia catadores e catadoras de materiais recicláveis, bateu recorde de beneficiados, alcançando 3,5 mil famílias e estimando reciclar mais de 150 toneladas de resíduos sólidos ao longo da festa.
A ação, com o apoio do Governo do Estado, fortalece as associações e cooperativas de catadores, oferecendo melhores condições de trabalho e promovendo a inclusão socioeconômica dos profissionais envolvidos. Durante o ano todo, essas entidades recebem assistência técnica, equipamentos e suporte para gerenciar seus postos de apoio nos grandes eventos, como o próprio Carnaval.
De acordo com Júlio Santana, coordenador de Inovação e Fomento à Economia Solidária da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), o EcoFolia Solidária combina preservação ambiental e geração de renda. "São toneladas de resíduos sendo desviadas dos rios e mares. Imagine o Carnaval de Salvador, o maior do mundo, com essa quantidade de lixo nas ruas. Graças aos catadores e catadoras, a festa se torna mais bonita e sustentável", afirmou.
O impacto do projeto vai além do período de carnaval e é sentido diretamente pelos beneficiários. Alan dos Santos, cooperativista, compartilhou sua trajetória e como o EcoFolia Solidária tem mudado sua vida. "Minha mãe já era cooperada, e quando completei 18 anos, tive a oportunidade de fazer parte também. Lembro que usei meu primeiro dinheiro no projeto para comprar um guarda-roupa e uma cama. Desde 2016, essa iniciativa tem me ajudado muito. Precisamos de mais políticas públicas para garantir acesso na sociedade", contou.
A valorização dos catadores e catadoras é um dos aspectos mais importantes do projeto. Raquel Fonseca, neta de catadora e integrante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, ressaltou o impacto do EcoFolia Solidária em sua vida e em sua comunidade. "O projeto é muito importante. Minha avó passou por condições muito difíceis, e hoje vemos a preocupação em melhorar a qualidade de trabalho dos catadores, oferecendo mais suporte e materiais adequados. Isso nos deixa felizes", comentou.