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Incerteza 'alimenta' a alta de futuros

O estresse na curva de juros doméstica se acentuou à tarde, com o mercado entendendo que o pronunciamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcado para as 20h30 desta segunda-feira, tende a trazer mais dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal do País. O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que a equipe econômica enviará ao Congresso um ajuste para que o programa Auxílio-Gás fique dentro das regras do arcabouço. Há também receio de maior pressão inflacionária, na véspera da divulgação do IPCA-15 e após notícias sobre liberação do FGTS e alertas do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, sobre Caged.

A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiu para 14,650%, de 14,503% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 avançou para 14,580%, de 14,373%, e o para janeiro de 2029 subiu para 14,470%, de 14,293% no ajuste anterior.

Segundo o diretor de Investimentos da Nomos, Beto Saadia, o mercado "busca proteção especialmente antes do pronunciamento do presidente Lula, pois o histórico do discurso dele, em geral, não é favorável aos mercados".

O anúncio deve ser sobre programas Pé-de-Meia e Farmácia Popular, conforme a Secom informou, e isso sugere "mais despesas, sendo que o governo nunca fala a origem de receita", comenta o estrategista Tiago Castro, da Cambirela.

O Broadcast mostrou no fim da tarde que a equipe econômica deve enviar ao Congresso após o Carnaval o redesenho do projeto de lei que cria um novo formato para custear o programa Auxílio-Gás nas regras do arcabouço fiscal.