Os reservatórios de Icó estão recebendo 250 mil alevinos por meio do programa Peixamento, uma iniciativa do Governo do Ceará que busca fortalecer a pesca artesanal e garantir segurança alimentar para as comunidades locais.
Na última segunda foram entregues 100 mil alevinos no Açude Lima Campos, beneficiando diretamente os pescadores da região.
O investimento do Estado no Peixamento já soma mais de R$ 11 milhões entre 2023 e 2025. A meta para este ano é atender os 184 municípios cearenses, com a distribuição de 17 milhões de alevinos até agosto. "Soltamos 100 mil alevinos para que, em pouco tempo, os pescadores tenham o que pescar. Ainda temos mais 150 mil para os açudes de Icó", destacou Oriel Filho, secretário da Pesca e Aquicultura do Ceará.
Antônio Muniz, 75 anos, presidente da Colônia de Pescadores de Lima Campos, conhece de perto os desafios da profissão. Nascido em Apodi (RN), ele chegou a Icó em 1968, fixou residência e viu o cenário da pesca se transformar. "Todo mundo aqui vive disso, pescando. Recentemente, muita coisa melhorou. Com o Peixamento, nunca mais faltou peixe. Nossa colônia foi fundada em 1995 e completa 30 anos neste ano. Antes, não recebíamos nenhum anzol. Agora, já tivemos entrega de canoas, linhas e outros materiais para os pescadores", ressaltou.
O programa do Governo do Estado, coordenado pela Secretaria da Pesca e Aquicultura, tem o objetivo de repovoar rios, lagos, represas e açudes com espécies de peixes nativas ou adaptadas ao ecossistema local. Além de garantir a manutenção da atividade pesqueira, o Peixamento contribui para a segurança alimentar e geração de renda para milhares de famílias cearenses.
Casados e atuando na pesca há anos, Flávia Vicente, 40, e José Barbosa, 45, reforçam a importância do reservatório para a comunidade. "Quando o açude está cheio, conseguimos pescar o suficiente para sustentar nossa família e ainda vender. Quando está seco, precisamos encontrar outra forma de renda. Graças a Deus por essa chuva e pelo Peixamento", comemorou Flávia.
O pescado obtido pelos trabalhadores não apenas abastece as famílias locais, mas também é comercializado para programas institucionais, como a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), garantindo refeições ricas em proteínas para crianças da rede pública de ensino.
Adão Ribeiro, 58, empreendedor da região, vê o impacto da pesca também no turismo. Nascido às margens do Açude Lima Campos, ele hoje é dono de um complexo de lazer que atrai moradores e visitantes. "Isso aqui fica lotado no fim de semana. O açude é nossa fonte de renda, e esse apoio do Governo é essencial para todos nós", pontuou.
Além do Peixamento, a Secretaria da Pesca e Aquicultura desenvolve outros projetos voltados à melhoria das condições dos trabalhadores do setor na região. Um deles é o FortPesca, que distribui kits do projeto de Fortalecimento da Renda e forma de Trabalho para a Pesca Artesanal.