Voláteis desde cedo, as taxas intermediárias e longas chegaram a apagar a alta na tarde desta quinta-feira, 27, mas o movimento foi pontual e a abertura da curva foi - assim como na véspera - respaldada por receios em torno da política fiscal. No trecho mais curto, dados da Pnad reforçaram um mercado de trabalho forte, em tese propiciando maior inflação e fazendo com que o mercado voltasse a precificar Selic terminal em 15,25%, de 15,00% na segunda-feira.
A taxa de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 subiu a 14,810%, de 14,744% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2027 avançou para 14,825%, de 14,740% no ajuste, e o para janeiro de 2029 subiu para 14,810%, de 14,690% ontem no ajuste e 14,815% no fechamento.
Os juros médios e longos operaram voláteis, sob duas ópticas. A primeira foi a de que o Tesouro colocou um lote muito menor de títulos prefixados do que na semana passada, e com risco 82% menor para o mercado, o que propiciaria um alívio na curva. "O mercado ensaiou movimento de melhora, mas não conseguiu sustentar e segue pressionado", comenta o gestor de renda fixa da Porto Asset, Gustavo Okuyama.
Já a segunda óptica é de maior estresse, com persistentes ruídos políticos "tanto na possibilidade de aumento de gasto fiscal, quanto de movimentos relevantes de troca de cadeiras ministeriais", destaca Okuyama.
"Especulações a respeito de reforma ministerial, que inclui a possibilidade de troca do ministro da Fazenda são notícias que contribuíram para aumento da incerteza", afirma o estrategista e economista-chefe da AZ Quest, André Muller.