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Alexandre Accioly: transformando o Rio de Janeiro de passo a passo

Marcelo Alves entrevistando Alexandre Accioly | Foto: DIvulgação

Marcelo Alves: Estamos iniciando o programa Marketing Business dessa semana e eu trago um empreendedor que é uma referência para o mercado e eu hoje posso, com muita tranquilidade, fazer uma referência a ele. Realmente, o Rio agradece o seu empreendedorismo, a sua maneira de conduzir projetos, o seu lado visionário, o seu lado realmente de comprar a briga e fazer acontecer. E realmente, para nós cariocas, a gente deve muito pela audácia dos seus empreendimentos e audácia dos seus projetos em fazer acontecer e realmente entregar isso para a cidade de uma forma brilhante. Trago hoje a Alexandre Accioly, empreendedor e empresário. Alexandre, prazer enorme te receber aqui no programa.

Alexandre Accioly: Oi Marcelo, obrigado. Bem, já ganhei o dia. Com essa abertura, já posso ir embora. Eu acho que eu vou tentar dar uma descansada. Bem, é um prazer estar aqui contigo. Sempre fui teu fã desde a época dos eventos. É verdade. Tem história. É uma alegria estar aqui, ainda mais no estúdio de um amigo querido, uma pessoa que eu conheci há pouco tempo e que tem me ajudado muito nos meus empreendimentos, que é o nosso Magnavita, do Correio da Manhã. Então, eu chegar aqui no estúdio do Magnavita, no seu programa, é um privilégio.

Marcelo Alves: É um privilégio nosso ter você aqui, contando um pouco da tua história, dos teus projetos, do futuro da tua empresa, do que virá pela frente. Mas antes disso, eu queria fazer uma pergunta pessoal. Alexandre, o que te gera tanta energia para empreender e para fazer acreditar essa cidade tão bela nos teus projetos? Encantadores. De onde vem isso?

Alexandre Accioly: Com a pandemia, fecharam 100 academias de Bodytech pelo Brasil. Imagina que em janeiro de 2020 eu tinha 150 mil clientes na Bodytech, três meses depois nós tínhamos 50 mil clientes na Bodytech. Nós perdemos 100 mil clientes. Porque as academias estão fechadas. E o pior, as academias de ginástica, especialmente a Bodytech, 80% dos planos são planos anuais. Então imagina, da noite pro dia, você ter uma base de 150 mil clientes, virar 50 mil clientes, em que a maioria desses 100 mil clientes que não renovaram, não só não renovaram, mas iam numa Bodytech, eu quero meu dinheiro de volta. Porque você tinha um contrato anual, fechou a academia. Então caos total. Nós tínhamos 6 mil funcionários, nós tínhamos que reduzir para 3.500 funcionários. O setor de fitness não tem. Qualquer ajuda do governo, então realmente foi um trauma muito grande, restaurantes fechados, academias fechadas, o setor turístico parado, e aquele caos que eu não gosto nem mais de lembrar. Passou. Passou, foi. Mas ali teve um episódio extremamente importante, como todos nós, enclausurado em casa, eu sempre fui muito ativo, e um belo dia meu sócio Urquiza, que é meu sócio da vida toda e é o presidente da Bodytech, meu sócio na Bodytech, foi meu sócio na 4A e fez a 4A comigo, Urquiza vem na minha casa, a gente janta, e ele fala assim para mim, 'Alexandre, os próximos dez anos da nossa vida têm os melhores dez anos da nossa vida, essa pandemia mostrou que a gente tem que estar mais leve, está mais calmo, quando acabar a pandemia, vamos focar na Bodytech, vamos parar de abrir frente'.

E aí, ele foi embora. Isso foi numa quinta-feira. Ele foi embora e eu fiquei sem dormir quinta, sexta, sábado e domingo. Porque eu fiquei com isso na cabeça. 'Será que eu paro de empreender? Será que eu paro de fazer negócio?'. Na segunda-feira eu ligo pro Urquiza. 'Urquiza, você tá vindo pro Rio?'. 'Não, essa semana eu não vou pro Rio, não'. 'Então tá bom, deixa eu falar uma coisa pra você. Eu acho que você tem razão. 'Os próximos dez anos da vida, a gente tem que ter o compromisso de ser muito feliz. Então, meu amigo, a partir de amanhã eu vou empreender pra caramba. Eu vou acelerar como eu nunca acelerei'. Que é o que me faz... Isso é o que me deixa feliz. É a minha vida. Aí, ali, eu... Casa Tua... E são notícias engraçadas. Por exemplo, o antigo Metropolitan, que hoje é o Qualistage, eu abro o jornal, vejo uma nota do Anselmo Góes, assim, 'Time for Fun devolve o imóvel para a Aliansce, que hoje é a atual ALLOS', que é a dona do Shopping. Aí eu pego o telefone e ligo para o Sérgio Pessoa, que é o superintendente da ALLOS. 'Sérgio, é verdade que a Time For Fun devolveu o imóvel do antigo Metropolitan para o Shopping?' 'É sim'. 'Eu quero'. Aí ele: 'você quer? Já estava negociado com o supermercado'. Falei: 'Não vai ser um supermercado não, a gente vai ter que continuar sendo casa de show'. Conclusão, procurei o Bernardo Amaral, que coincidentemente já estava olhando esse projeto sem eu saber, e me juntei com o Bernardo, chamei o Dody, pô, eu precisava trazer mais alguém. Eu estava muito longe do mercado de entretenimento, muito focado no setor de fitness, lembra que eu trouxe o grupo Fasano para o Rio há 20 anos atrás. Mas fui sócio deles no Rio até 2020, que eu saí da sociedade. Então, naquele momento, eu estava fora do mercado de entretenimento, vou pegar uma casa para 10 mil pessoas, da importância e da relevância que tinha do histórico do Metropolitan criado pelo meu irmão querido Ricardo Amaral e com a gestão do Fernando Altério, outro monstro, outro gigante do entretenimento. Então a responsabilidade era muito grande. E aí eu convidei o Dody Sirena e o Cicão, que é da DCSet, para serem meus sócios, eles obviamente aceitaram na mesma hora, e a gente pegou e aí começou o Qualistage. Então respondendo, de onde vem isso sou eu, acho que é mais forte que eu. Por exemplo, eu me apaixono muito pelos projetos, eu me entrego de alma aos projetos. Eu estava conversando com um amigo meu, hoje a gente recebeu oficialmente. O espaço do Jardim de Alah, e eu conversando com esse meu amigo, eu falei assim, eu estou há três anos no projeto Jardim de Alah. Sabe o que aconteceu durante três anos? Eu me apaixonei pelo projeto. Você começa como um empreendedor vendo uma oportunidade, uma necessidade, que é o trabalho do empreendedor. Só que depois que a gente começa a conhecer a história do Jardim de Alah, de Dom Helder Câmara em 55, da cruzada São Sebastião, das necessidades, das discriminações que existem, quando você começa, você vai se apaixonando, hoje o Jardim de Alah para mim deixou de ser um projeto empresarial, passou a ser uma causa. Para mim, para os meus sócios, para o Miguel Pinto Guimarães, para o Sérgio Caldas, para o João Machado, para o Célio, pro Dody. Eu montei um grupo de pessoas, a grande maioria cariocas, apaixonados pela cidade, com a maior sinceridade do mundo, há três anos a gente não olha Business Plan daquele negócio. 'Precisa disso, a Cruzada pediu isso, a Cruzada pediu uma creche, a Cruzada', a gente foi colocando porque a causa virou mais importante. Então, essa coisa do cidadão carioca com a coisa carioca e do empreendedor. Então, eu posso te falar que hoje eu acho que estou vivendo o meu momento empresarial mais feliz da minha vida, porque eu estou fazendo coisas que eu amo, com pessoas que eu amo, na cidade que eu amo.

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