Por Bruno Braz (Folhapress)
O Maracanã viveu uma noite especial não só por ter recebido o primeiro jogo da final do Campeonato Carioca entre Flamengo e Fluminense como também pelo gesto inclusivo que permitiu que deficientes visuais acompanhassem o clássico através de fones de ouvido com narração e comentários exclusivos.
Os deficientes visuais foram alocados nas cadeiras cativas do estádio. Através do equipamento, eles ouviam um locutor e um comentarista que detalhavam o que acontecia no campo. A ação foi feita pelo Governo do Estado através da Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj).
Flamenguista, Rosilene Silva de Souza era só felicidade com a experiência sensorial. Após aprovar a qualidade do serviço, ela agora fica na torcida para que outros estádios e eventos esportivos adaptem esta tecnologia para os deficientes visuais.
"A experiência é incrível. Poder ter a descrição de tudo o que está acontecendo ao nosso redor, na nossa frente... Cara, é maravilhoso! Espero que esse projeto continue não só aqui, mas que consiga se expandir em outros eventos para que possamos estar juntos e interagindo com todo mundo", disse Rosilene, deficiente visual.
A experiência do locutor Fernando Palhano também foi marcante. Estudante de jornalismo e com apenas 18 anos, ele debutou justamente numa final e prestando um serviço nobre.
"Foi uma causa muito nobre. Poder narrar para pessoas com deficiência foi algo muito gratificante para mim. Foi uma experiência sensacional. Sou estudante de jornalismo, tenho 18 anos e ter a minha primeira narração justamente numa final de Campeonato Carioca, num Fla x Flu, foi incrível", afirma Fernando Palhano, narrou para os deficientes visuais.
Idealizadora do projeto, a Suderj se colocou à disposição de clubes e instituições que queiram implementá-lo em seus estádios. Presidente da entidade, Marcos Santos, inclusive, é deficiente auditivo.