Geraldinos, nossa imprensa está cada vez pior. Novamente, Botafogo e Palmeiras brigando pelo título do Brasileirão, com as duas equipes se enfrentando na reta final da competição. Enquanto o Palmeiras vinha numa ascendente, o Botafogo estava na descendente. O cenário parecido com o do ano passado, mas com uma grande diferença: o técnico do Alvinegro. Artur Jorge conseguiu equilibrar o time no tático e no mental, fazendo com que o time não esmorecesse nesta reta final.
Por mais que o Botafogo tivesse uma tabela mais fácil do que o Palmeiras, há um ponto interessante que discutimos em colunas passadas. Enfrentar equipes da parte debaixo da tabela é mais difícil, pois elas vêm mais na defensiva, procurando conquistar, pelo menos, um ponto. E foi justamente isso que elas fizeram com o Botafogo. Tanto Vitória, quanto Cuiabá e Criciúma terminaram seus confrontos com o time carioca com um ponto conquistado. Obviamente que se o clube vencesse esses jogos, provavelmente já seria campeão brasileiro.
E por que citei a imprensa? Porque ela, mais uma vez, citando aqui Mauro Cézar Ferreira e Paulo Vinícius Cordeiro, chamou o Botafogo de pipoqueiro, avaliando o desempenho do time. Fora eles, toda a equipe da ESPN só sabe falar mal dos times de fora de São Paulo. Vitor Briner, Paulo Calçade, Eugênio Leal, Jean Lodi e outros, não conseguem ver os méritos dos adversários, só os deméritos dos clubes paulistas. O Botafogo soube aproveitar o fator de ter um jogador a mais em campo e o Palmeiras não suportou a pressão, mas eles falam da questão do escanteio que não existiu e esquecem do zagueiro Gustavo Gomes atrapalhando na visão do John no gol do Alviverde.
Diferente do Botafogo, o Fluminense precisa abrir o olho, pois os dois empates contra Fortaleza e Criciúma não foram bons para a fuga do rebaixamento. Contra o time catarinense, então, quase que perde o jogo nos minutos finais. Claro que o fator mental pesa neste momento, mas, algo que venho comentando aqui, a escolha do Mano Menezes foi equivocada. Ele não é um treinador motivador. Se a questão era alguém para dar ruptura ao estilo de jogo do Fernando Diniz, ela surtiu efeito. Porém, o time não tem vontade em campo. Fica na dependência de lampejos de Árias e Ganso, para dar qualidade nos passes. Falta garra para o time sair desta posição e o técnico não transmite isso. Ele é mais desagregador do que agregador com o elenco.
E o Vasco? O Cruzmaltino está em rota de colisão. Demitiu o treinador Rafael Paiva e vai usar o ex-jogador Felipe, que fez bons trabalhos no Bangu e no Volta Redonda, que foi recentemente campeão da série C do Brasileiro, para ver se o time consegue uma vaga na Sul-Americana, pelo menos. O grupo político de Pedrinho precisa planejar bem o ano de 2025, para não cometer erros e equívocos que vem fazendo nesta reta final de 2024.
Antes das pérolas, celebrar o acesso de Sport e Ceará, mostrando que o futebol do Nordeste vem crescendo à nível nacional. Pode ser que tenhamos cinco equipes da região na série A em 2025, um feito inédito e que reforça o trabalho dos dirigentes dos clubes, dando como exemplo o Fortaleza, que está novamente na Libertadores e vem lutando temporada a temporada por um título sul-americano.
Pérolas da
semana
1 - "Despeja chutões, com os atacantes agudos centralizados, brigando por espaço, amassando o adversário para atrás"
2 - "Jogo apoiado, com alas por dentro ou pelas beiradas, tirando o time da zona de conforto, deixando-o inconfortável"
3 - "Empurrou o time para trás, correndo pelos corredores (de casa ou do restaurante?), com o falso 9 centralizado"
4 - "Alas verticais ou agudos, encostando no falso 9, empurrando a defesa para trás e subindo de prateleira (de qual mercado?)"
5 - "Abriu o campo, indo pelas beiradas, com mecanismos ofensivos"
6 - "Intensidade, encaixando o time com o seu DNA (chama o IFP)"
*Ex-jogador de futebol. Fez parte da seleção do Tricampeonato Mundial no México em 1970. Atuou nos quatro grandes clubes do Rio (Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense), Corinthians, Grêmio e Olympique de Marseille (França).