O voto feminino no Brasil é um marco fundamental na história da democracia do país, conquistado após anos de luta e reivindicações por parte de mulheres que buscavam igualdade política e social. Antes da conquista desse direito, as mulheres eram excluídas dos processos eleitorais, reflexo de uma sociedade patriarcal que restringia sua participação na vida pública.
A campanha pelo sufrágio feminino começou a ganhar força no início do século XX, impulsionada por movimentos feministas e ativistas como Bertha Lutz, uma das principais líderes da luta pelos direitos das mulheres no Brasil. Inspiradas pelo movimento sufragista em outros países, essas mulheres exigiam o reconhecimento de sua cidadania plena, incluindo o direito ao voto e à participação política.
Foi apenas em 24 de fevereiro de 1932 que o direito ao voto feminino foi oficialmente reconhecido no Brasil, com a promulgação do Código Eleitoral pelo governo de Getúlio Vargas. Esse código permitiu que mulheres maiores de 21 anos votassem, desde que tivessem renda própria. Essa restrição foi eliminada em 1934, quando a Constituição passou a garantir o sufrágio feminino sem exigências adicionais.
A conquista do voto feminino representou um avanço significativo na luta pelos direitos das mulheres, mas a participação política feminina ainda enfrentou desafios. Somente com a Constituição de 1988, o Brasil consolidou a igualdade de direitos entre homens e mulheres, reforçando a importância da participação feminina na política.
Apesar desses avanços, a representação feminina nos espaços de poder ainda é um desafio. O Brasil possui um dos menores índices de mulheres no Congresso Nacional, e a sub-representação feminina reflete barreiras estruturais, como o machismo, a falta de financiamento de campanhas e a dificuldade de acesso a cargos de liderança.
Nos últimos anos, políticas de incentivo à participação feminina na política foram implementadas, como cotas de gênero para candidaturas e a destinação de recursos do fundo eleitoral para mulheres. Essas medidas visam equilibrar a representatividade e garantir maior diversidade no cenário político brasileiro.